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quarta-feira, dezembro 27, 2006

Onde vamos parar?








terça-feira, dezembro 26, 2006

Que tempo é esse?

Quem sabe onde descobrir um novo tempo?
Será que a chuva semeia o sol?

Venta calor enquanto passos sem direção caminham,
desesperadamente gastam
deixando sonhos nos caixas que mais riquezas acumulam.
Os passos sem direção seguem
orientam-se pelas luzes do natal e os cantos eletrônicos
das marcas mais conhecidas.

Que tempo de calor e medo é esse,
onde as pessoas deixam de existir,
tornando-se mais e mais produtos
consumíveis a cada nova propaganda na TV?

Existirá ainda sonho
descolado da marca da moda?

Que tempo é esse?

O vento é quente
deixando o ar mais pesado
e o medo de morrer sem ver a manhã
brotar nos olhares assustados.

Que tempo é esse?


segunda-feira, dezembro 18, 2006

A política foi inventada pelos humanos mas não é nada humana
















A política, ciência social criada pelos seres humanos para organizar a vida em comunidade deveria servir aos interesses coletivos. No entanto, torna- se cada vez mais instrumento para servir somente a manipulação e a exploração do povo por grupos minoritários alheios e distantes aos que se dizem representar. A comprovação disso foi o auto-aumento concedido pelos parlamentares.

É preciso reverter essa prática sob pena de se aprofundar cada vez mais o fosso entre a sociedade e seus pseudos-representantes.

Dados mostram que mesmo havendo um pequeno aumento do IDH brasileiro, a sociedade brasileira permanece longe de alcançar o grupo de países mais desenvolvidos. Os dirigentes do legislativo e do executivo aprofundam essa contradição. O salário mínimo continua tendo um valor insignificante, impossível de atender o dispositivo constitucional que assegura o direito a alimentação, vestuário, saúde, transporte, educação e lazer. Impossível para uma pessoa acessar estes direitos com R$ 350,00. Para uma família, composta do casal e dois filhos, satisfazer suas necessidades básicas é mais difícil ainda.

Conforme dados do DIESE o salário mínimo deveria ter o valor nominal de R$ 1.600,00. Se assim fosse, os deputados com seu acintoso reajuste de vencimentos teria um salário mensal inferior a 20 salários mínimos. Em nenhum momento o governo ou o parlamento discutiu a proposta de um salário mínimo de R$ 1.600,00. Debatem entre si e acompanhados pelas centrais sindicais chapas branca se o reajuste será de R$ 25,00 ou de R$ 17,00. O argumento é o mesmo de sempre: a economia não suportaria pagar um salário mínimo com esse valor.

Como disse a senadora Heloisa Helena "é preciso muito óleo de peroba" para lustrar a cara de pau dos governantes e parlamentares. A história nacional mostra que o brasileiro sempre deu um jeitinho para resolver seus problemas, isso vem ocorrendo há séculos. Será que por toda a história que ainda virá as pessoas continuarão permitindo que a política no lugar de ser um instrumento de ação coletiva, comunitária e a serviço dos interesses públicos continue sendo ferramente criminosa usada por alguns para manipular massas? Será que essa ciência a serviço da sociedade não será colocada a serviço dos interesses comuns da nação? Até quando o povo brasileiro permanecerá alegre sendo tão vilipendiado? Até quando?



segunda-feira, dezembro 04, 2006

Semear a solidariedade e combater a lógica capitalista

A busca desenfreda pelo lucro, pelo acúmulo de riquezas e pelo controle do mercado global desenvolvida pelas empresas transnacionais representa o grande vilão do aquecimento grobal e da pobreza, outro grande mal vivido pelos habitantes da Terra.

No filme "Encontro com Milton Santos ou a globalização vista do lado de cá", lançado durante o Festival de Cinema de Brasília, o geografo diz que vivemos uma oportunidade rara de construirmos a humanidade. Diz ele que até o momento anda não conhecemos essa realidade, porque o termo humanidade significa novas relações entre os seres humanos que habitam o planeta. Relações essas desconhecidas, mas que vem sendo contruidas ao longo da história. Segundo Milton Santos, falecido em 2001, a hora é de esperança e ação na construção desse antigo sonho.

Em recente entrevista de Fábio Conder Comparato a Rachel Bertol, de O Globo, em 29/7/06, o professor da USP, afirma que os habitantes do "planeta esférico, com dimensão limitada e população crescente" tem dois caminhos apenas: "ou nos chocamos ou estabelecemos uma vida harmoniosa". Diz que falta uma visão comunitária às pessoas e que uma sociedade não vive harmonicamente tendo com base o interesse individual. Para ele "a situação poderá mudar quando o povo deixar de ser expectador e passar a ser considerado o ator principal". Comparato afirma que na "autêntica república o bem comum do povo está acima dos interesses particulares, de famílias, partidos, igrejas, corporações".

A população planetária, especialmente as populações nacionais, precisa mudar seus paradigmas, construindo uma nova relação em que a preocupação com o outro, em que o saber cuidar, como diz Leonardo Boff, seja ação cotidiana no comportamento humano. O capitalismo não permite isso. O capitalismo e seus agentes, para atingirem suas metas econômicas, educam as pessoas de forma individualista e egoísta, destroem o biosistema, quebram a cadeia genética, dizimam civilizações e culturas, fomentam guerras.

Hugo Chavez em seu discurso, comemorando sua vitória eleitoral, na eleição de 3/12/06, diz que é preciso construir uma relação democrática de paz e amor, baseada no exemplos de Cristo, para construir o socialismo venezuelano. Interessante essa fala. Porque somente com novas práticas é possível mudar. Ao repetir os erros do autoritarismo, da usura e do egoísmo capitalista, será impossível reverter o quadro do aquecimento global.

É hora de agir, coletivamente e individualmente, na construção da Humanidade que Milton Santos fala. É hora de semear o respeito, a solidariedade e a fraternidade, única formar de assegurar um mundo mais justo e melhor para todos os moradores do planeta.