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sábado, janeiro 10, 2009

Auschwitz será Gaza?















Acabei de almoçar soja e um risoto.
Tomo cerveja e escuto Bob Dylan.
Nem sei quem sou enquanto aqui estou,
diante de tantas crianças que sangram?
Quantas bombas financiadas pelos yanques matam crianças,
mães e pais em Gaza?
Chorar de nada adiante.
Pixar muros e denunciar essa matança é muito pouco.
Onde pensam que chegarão os sionistas israelenses?
Auschwitz será Gaza?
Quem sou que nada faço?
Meu almoço tem gosto de omissão,
tem a dor da solidão que sonho findar.
Quem sou que apenas ouço Bob Dylar?
A música invade meus ouvidos
ao mesmo tempo que o estrondo das bombas nazistas
matam os palestinos em Gaza.
Os imperialistas fazem discursos mentirosos
na sede das Nações Unidas,
aceitando esse massacre,
massacre e mais massacre,
mais um,
sem garantir a vida?
Sustentam-se na morte.
Auschwitz será Gaza?
Nuremberg deve ser um novo palco,
os sionistas devem ser julgados.
E essa música triste e apaixonada pela vida
que despeja Dylan em meus ouvidos,
enquanto a morte e o sangue jorra sob as oliveiras.
Quem sou que nada faço?
Viver comendo risoto e tomando cerveja
de que adianta?
Se fosse uma bomba certamente teria alvo para cair.
Pediria carona a pomba de Picasso,
ela deve estar chorando com tudo isso,
então me entenderia.
Os estrondos das bombas assassinas
devem ser parados,
caem em lugar errado.
Poderiam ser bumerangues,
levando em seu retorno a vida.
Auschwitz será Gaza?

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Entrevista a Bruno Pinheiro - REJUMA

Entrevista a Bruno Pinheiro - Blog Militante do Campo.

1. Qual foi a sua idéia ao resolver escrever o livro que recebeu o nome de "João Batista: mártir da luta pela reforma agrária?"

Atuo na luta do povo há quase 30 anos. A cada dia mais vejo como são deixado de lado importantes referenciais para se transformar a sociedade. A luta política, especialmente a travada por partidos, transformou-se num verdadeiro balcão de negócios. Os interesses comunitários, populares, ambientais e em defesa da vida foram colocados em terceiro, quarto plano. O que importa é ter fatias de poder e consumir. Para atingir isto pratica-se um vale tudo nas relações humanas. Então, a partir desta realidade, como conhecedor da história de João Carlos Batista, um combatente do povo que foi até às últimas consequências na defesa de uma sociedade mais justa, senti-me na obrigação de resgatar a sua história. As contribuições de João Batista na luta por justiça social, não apenas a luta pela reforma agrária, onde se dava sua atuação mais destacada, foi de grande importância. Resgatar a sua história é apontar práticas e comportamentos que combatam as injustiças sociais, o oportunismo, a degradação ambiental, a desvalorização da vida e a mentira, significa propagar a esperança, a luta e o respeito ao trabalho e aos trabalhadores. Ele não usou em vão o nome dos trabalhadores. Batista é um exemplo a ser seguido, mas para isso sua história precisa ser conhecida, especialmente pela juventude. Por isso escrevi o livro.


2. No decorrer do livro são apresentadas, só do Pará, diversas pessoas que pagaram com a própria vida por não desistirem de lutar pelo que acreditavam, entre elas João Batista, seu irmão. Ainda hoje há pessoas perdendo a vida por se manifestar e resistir às dominações impostas pelos detentores do poder econômico e político. Por quê, na sua opinião, tantas pessoas morrem em nome de causas sociais e tão poucas são lembradas pela sociedade?

A classe dominante massacra o povo de todas as formas. Primeiramente controla a economia, mantendo a maioria em consições de pobreza e miséria. Em seguida impõe valores culturais e ideológicos, massificando a população através dos meios de comunicação. A Tv cumpre um importante papel dominador a serviço dos poderosos. Eles usam ainda a violência física contra os mais pobres. No Rio de Janeiro a polícia mata diariamente gente humilde, sempre "em confronto". Em São paulo não é diferente. É uma guerra dos pdoerosos contra os mais pobres. Então quando aparecem pessoas que passam a organizar o povo para enfrentar essa guerra econômica, ideológica e militar os represetantes do status quo não vacilam: matam. E na lauta pela terra aqueles que defendem a reforma agrária tem sido assassinado em grande quantidades. Os assassinos, pistoleiros ou policiais, e os mandantes em quase a totaldiade dos casos estão impunes. Muitos mandantes, inclusive, são detentores de mandatos políticos. Quando o morto tem alguma ligação com organizações mais forte, estas resgatam a memória desses combatentes. Assim é o caso de Chico mendes, Irmã Doroty e poucos outros. A grande maioria dos mortos na luta do campo é como João batista. São colcoados no esquecimento. São mortos e depois a história desses mártires é esquecida. Toranr conhecida a vida desses mártires não interesse à Classe Dominante. Se o povo tomar conehcimento de sua verdadeira história de lutas, certamente aprenderá que a luta é o único caminho a seguir. REsgatar a memória de Batista e de outros companheriso assassinados é animar a luta, assoprar a chma da rebeldia, da indignação e da esperança.


3. Pra você, qual o lugar da reforma agrária nos processos de transformação social no Brasil?

Apesar do Brasil possuir uma área agricultável maior que a área semelhante da China nossa produçãod e alimentos é menor. As boas terras sãod estinadas ao agroneg´cio, que devasta enormes áreas, usa agrotóxico e ainda trata seus empregados como escravos. Essa produção e monocultura somente serve a acumulação de riqueza, crescimento da miséria e a destruição ambiental. Se não fosse a luta dos trabalhadores rurais, que se organizam e ocupam as terras, nunca teria sido feito reforma agrária em nosso país. A violência urbana tb é consequencia disso, pois ao ongo de décadas os camponeses foram expulsos para os grandes centros e obrigados a viverem em consições subhumanas em favelas. Considero que a realização da reforma agrária está em primeiro lugar: possibilitarai aumentar a produção de alimentos de primeira necessidade, presrvaria o meio ambiente, pois a agricultura familair é sustentável, reduziria a violência com a geração de emrpego e renda, diminuindo a pressão existente nos centros urbanos. A luta pela reforma agrária, a luta em defesa da vida e da sustentabildiade andam juntas.


4. Nas palavras do João Pedro Stédile, o livro "é um registro fiel da luta de classes na Amazônia" na década de 80. Qual a sua análise do atual contexto da luta pela reforma agrária?

Na atualidade o grande inimigo é o agronegócio. Como disse na resposta anterio ele usa trabalho escravo, devasta a natureza, desenvolve a monocultura e aprofunda a miséria em nosso país. E na região amazônica o agronegócio é muito forte. O governador do Mato Grosso, Blairo Magio é um dos mais fortes produtores de soja do mundo, causando com sua produção danos irreparáveis ao ecossistema. Em Roraima os arrozeiros causaram grandes danos aos povos indígenas e a natureza. O governador deste estado em nenhum moemnto defendeu a Constituição Federal (que assegura as reservas indígenas em terras continuas), mas foi veemente na defesa dos interesses desses fazendeiros. No Pará e Maranhã tem sido comum fiscais do Mistério do Trabalho libertaarem trabalhadores em consições de escravidão. Então lutar pela reforma agrária continua sendo uma das mais importantes bandeiras de todos os movimentos sociais brasileiros.


5. Se aproximando do aniversário de 25 anos, o MST fala em recolocar a importância da reforma agrária na pauta da sociedade. Relembrar os mártires desta luta não pode ser uma forma de fortalecer este assunto?

Quero isso com a resgate da história de João batista. Segundo o professor José Carlos Saboia, da UFMA, Batista foi a maiori liderança camponesa dos anos 80 no Brasil. Faz 20 anos do assassianto desse mártir e agora que sua história está sendo resgatada. E por quem? Por irmão. Isso mostra que a luta pela reforma agrária precisa estar na ordem do dia de toda a sociedade. Assim como resgatar a memória dos mártires da luta pela terra deve ser uma tarefa de todos, não apenas de organizações que perdem seus membros. Os mártires da luta pela terra simbolizam o interesse de todo o povo, por isso devemos trazer para a rua a luta pela reforma agrária, aliada a luta pela sustentabildiade.



6. Uma das maiores necessidades dos movimentos do campo é articular suas bandeiras com as lutas urbanas. Na sua visão, que papel a juventude pode exercer neste processo?

Isso será determinante. Sem a unidade campo ciade não conseguiremos romper as amarras do atraso imposto pelo capitalismo. É preciso que as populações urbanas compreendam que as lutas dos trabalhadores rurais estão intimamente ligas aos interesses urbanos. Significa reduzir a pressão das grandes cidades, reduzir a destruição ambietam, aumentar a produçãod e alimentos, criar alternativas de abastecimento alimetar que não dependam do latifúndio monocultor e danoso a vida em todas as suas formas. Somente a juventude, das cidades e do campo, poderá forjar essa unidade, construir um amplo movimento capaz de fazer retoamr as grande smobilizações e arranacar as conquistas que a sociedade brasileria precisa. Somente a juventude poderá acabar com o sectarismos e o dogmatismo que ainda prevalece em certos setores que estão em luta. Essa luta é de todos e os jovens tem papel determinante nessa caminhada. Ler João batista, mártir da luta pela reforma agrária certamente contribuirá na construção dessa compreensão e dessa unidade imprescindível.



7. Pra encerrar, a que você credita, hoje, a morte de seu irmão?

A violência sécular imposta pelo latifúndio e as demais classes dominantes, acostumadas com essa práticva e a impunidade assegurada pelo Estado, que com seus governantes atuam como asseclas desses poderosos, verdadeiros parasitas que se sustentam na miséria e igorância que disseminam. João Batista sabia que corria risco de ser assassinado. Antes dos latifundiários conseguirem seu intento realizaram três atentados. Assim como meu irmão, muitos também tombaram. O mais grave nessa caminahda são aqueles que para terem acesso as migalhas cedidas pelos detentores do poder mudam de lado, traem a sua história, passam a servir ao capital e ao latifúndio. A luta que tantos mártires levaram permanece. Infelizmente muitos de nosso lado ainda poderão tombar, mas certamente chegará o momento em que fazendeiros, políticos e oportunistas de todas as espécies que se aproveitaram do assassinato de Batista pagarão o preço devido. A história está ai para mostrar que sempre haverá quem continua combatendo esses assassinos e exploradores. A luta de João Batistra é a luta de todos aqueles que acreditam na vida.