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terça-feira, março 24, 2009

A vida para defender a dignidade















Assisti ”Gran Torino”, filme de um de meus diretores preferidos, Clint Eastwood. A história começa com o sermão de um jovem padre de 27 anos, durante o velório da mulher do protagonista. O sacerdote argumenta que a morte traz tristeza e alegria. Tristeza aos que ficam cheios de saudades dos que se vão e alegria aos que partem para uma vida no “paraíso”. Que isso faz parte da vida de todos.

Walt Kowalski, o protagonista, representado por Eastwood, é um veterano da guerra contra a Coréia. Ele não se dá com os filhos, a nora, a neta ou os vizinhos. Com a morte de sua esposa sua única companheira é uma velha cachorra, a cerveja e o cigarro, além de suas recordações da guerra. Ranzinza, conservador e autoritário não se dá com ninguém em seu bairro, transformado em uma comunidade de populações vindas da Ásia. Os moradores da casa ao lado da sua vieram do Laos. Inicialmente detestados por Walt acabam tornando-se seus únicos amigos e protegidos.

O filme termina da mesma forma que começou, com um velório e o mesmo padre falando da vida e da morte. O protagonista mudou completamente ao longo do filme. Doente e solitário usou sua experiência de vida, e principalmente, seu conhecimento com a morte para defender seus novos e jovens amigos. No final do filme quando as luzes da sala são acesas, permanecemos pregados nas poltronas, sem saber para onde seguir.

Os filmes de Eastwood provocam um rico debate sobre a importância da vida, de uma forma rica e educativa para seus personagens e a platéia. A dignidade destaca-se como tema central em seus filmes. Isso ocorreu em “Menina de ouro”, “Appaloosa – uma cidade sem lei” e agora em “Gran Torino”. Qual o valor da vida se não existir a dignidade? Qual bem tem mais valor que a vida? Será bens a vida, ou mesmo a morte? Será a vida o maior de todos os bens? Por que alguns preferem a morte? Tantas são as perguntas provocadas após assistir suas películas.

Em “Appaloosa – uma cidade sem lei” dois justiceiros, que trabalham juntos há muito tempo acabam, no final do filme, separando-se, porém, conservando a amizade. Um deles resolve começar uma nova vida, depois de conhecer uma mulher. Eles haviam prendido o chefe dos bandidos, entregando-o a justiça que o condenou à forca. O presidente dos EUA, amigo do bandido, acaba perdoando seu amigo. O parceiro do justiceiro, por respeito ao amigo e a dignidade que sempre defenderam, resolve continuar sua peregrinação. Antes de partir, no entanto, mata o chefe dos bandidos, que abandonara a vida do crime, mas continuava despeitando todos por ser poderoso. Um bom debate sobre a importância da ética na vida, independente da atividade profissional que se desenvolva.

Os filmes de Eastwood mostram a importância da amizade. O cuidado com o outro, deixando-o sempre mais forte, assim foi com “Menina de Ouro, “Appaloosa – uma cidade sem lei” e em “Gran Torino”. Esse é um dos maiores bens propagados nos filmes desse cineasta. Dar a vida para defender a dignidade dos mais fracos é a forma mais verdadeira de provar a amizade. Os filmes de Eastwood mostram que precisamos estar dispostos a comprovar aquilo que falamos. Muitas vezes sem mesmo pronunciar uma palavra sequer, mas com atos que comprovem o compromisso ético com a solidariedade e o respeito à vida. Mesmo que se morra para isso, como fez o veterano de guerra Walt para assegurar uma vida digna aos seus novos e jovens amigos vindo do Laos.



PS. O Filme Appallosa - Uma cidade sem lei que afirmei ser dirigido por Clint Eastwood foi um equivoco. O diretor do filme é Ed Harris diferente do que citei acima.

sexta-feira, março 20, 2009

PEDRO BATISTA É ENTREVISTADO PELO ICC

Por Jose Marcio
20 de março de 2009


http://cidadecidada.org.br/content/view/107/1/


Jornalista, escritor, gestor e militante social. Este é Pedro César Batista. Em entrevista ao Instituto Cidade Cidadã, Batista trata de diversos assuntos extremamente atuais, como a reforma agrária, participação popular, o papel da imprensa, a crise mundial.

Durante o Fórum Social Mundial, realizado em Belém, relançou o livro "João Batista, mártir da luta pela reforma agrária - impunidade do Pará", que retrata a luta da reforma agrária e de seu irmão, assassinado pelo latifúndio há duas décadas. A publicação tem a apresentação de João Pedro Stédile, líder do MST.

Experiente, Pedro atuou movimento estudantil nas décadas de 1970/1980, foi assessor parlamentar e coordenador da Assessoria Comunitária e do Orçamento Participativo (OP) em Peruíbe, na gestão do prefeito Alberto Sanches Gomes (1997-2000). Atualmente atua como assessor sindical em Brasília e jornalista, e mantém o blog www.pedrocesarbatista.blogspot.com.








ICC - Durante o Fórum Social Mundial, em Belém, você relançou o livro "João Batista, mártir da luta pela reforma agrária - impunidade do Pará", pela Expressão Popular, onde retrata a luta da reforma agrária e de seu irmão, assassinado pelo latifúndio há 20 anos. Como vê a impunidade no campo? Porque casos como de João Batista, Irmã Doroty e Margarida Alves, por exemplo, continuam a acontecer?

Pedro - Meu livro João Batista, mártir da luta pela reforma agrária mostra que os dados da violência no campo brasileiro são assustadores. Entre 1964 e 2007 foram assassinados 2.187 pessoas ligadas a luta pela reforma agrária. Do total desses crimes nem duas dezenas de casos os pistoleiros e mandantes sentaram no banco dos réus. As condenações não chegaram a uma dezena. Em contrapartida verifica-se uma feroz campanha, através da mídia, transformando os que lutam pela terra em violentos. Qual a causa disso tudo? A não realização da reforma agrária e a impunidade dos criminosos. Nos EUA, por exemplo, ao conquistarem sua independência em 1776, uma de suas primeiras ações foi a execução da reforma agrária. O Brasil até hoje, no limiar do século XXI, não realizou a sua. Muito pelo contrário, para alguns senhores da terra falar em reforma agrária é inaceitável. Temos, inclusive, alguns oligarcas latifundiários que controlam enormes poderes na República, como o Presidente do Senado, José Sarney, e a bancada ruralista, que tem como expoente o deputado goiano, Ronaldo Caiado, que após o fim da ditadura coordenou a fundação da organização dos latifundiários para combater a reforma agrária, a UDR. Caiado e sua quadrilha comandaram a violência no campo por muitos anos, e agora posam de "democratas". É preciso definir um novo limite a propriedade rural no país, executar a reforma agrária efetivamente, pois somente onde os trabalhadores lutaram isso foi possível. Felizmente os movimentos de luta pela terra continuam nas ruas, estradas, campos e lutando pela liberdade da terra, a verdadeira mãe da vida. Em relação a impunidade é preciso que a sociedade comece a denunciar a conivência do judiciário com essa violência. O Poder Judiciário tem laços profundos com o latifúndio, são dois lados da mesma moeda. A luta pelo fim da impunidade passa por denunciar a morosidade e cumplicidade da Justiça com esse massacre que vem sendo cometido contra os camponeses e seus defensores. As declarações recentes do presidente do STF, Gilmar Mendes, mostram claramente os verdadeiros compromissos de classe desse poder que vive de costas para a sociedade. Somente a mobilização social poderá efetivar a reforma agrária e colocar fim a impunidade reinante.

ICC - Os Poderes Executivos e Judiciários são omissos com a violência no campo?

Pedro - A contradição inerente na composição do Poder Executivo ao mesmo tempo em que assegura a governabilidade necessária, impede que se avance nas conquistas dos trabalhadores brasileiros. A política agrícola prioriza o agronegócio, responsável por grandes danos ambientais, o uso do trabalho escravo, a prática da corrupção ativa permanente e a manipulação de recursos públicos, com uma produção voltada para atender o mercado internacional. Já a agricultura familiar, responsável por 70% da produção de alimentos no país, convive com a biodiversidade, emprega e produz com baixo custo, não recebe o devido apoio do governo. Para os primeiros são destinados 70 bilhões de reais, enquanto para os segundos não chega a R$ 12 bi. As principais ações da política agrícola estão voltadas pra o agronegócio, enquanto a agricultura familiar recebe uma atenção em segundo plano. Isso alimenta a ação criminosa do latifúndio e a conivência do Judiciário. Comprova, assim, que a estrutura do Estado está a serviço dos grandes detentores de riquezas, seja no campo ou na cidade. A crise econômica é a prova disso. Mais uma vez o pagamento da irresponsabilidade do capital e de governantes é colocada sobre as costas dos trabalhadores.

ICC - Como analisa o processo de reforma agrária no Brasil? E o MST, como avalia suas ações e, muitas vezes, a tentativa de criminalização dos movimentos sociais?

Pedro - Somente onde ocorreram mobilizações, com acampamentos, ocupações e resistências conquistou-se a terra. Assim foi desde a implantação da República, em 1889. Passamos por várias ditaduras, com pequenos momentos democráticos, e desde o final de 1950, com as Ligas Camponesas; essa foi a única forma que se possibilitou avançar na luta. Atualmente as ações do MST, MLST, Contag, CPT e outros grupos pelo campo brasileiro comprovam que o único caminho tem sido a luta. O dia em que houver um governo que se disponha a romper com o latifúndio terá de fato uma guerra declarada. Hoje os latifundiários matam com a complacência dos agentes públicos e os assassinos ainda vão à mídia afirmar que quem é violento são os que morrem por lutar pela terra. A criminalização dos movimentos faz parte dessa estratégia da elite econômica brasileira em aprofundar seu poder e tentar isolar os movimentos sociais. Mas não conseguirão. Em 10 de março passado foi lançado, em ato no Senado Federal, a Aliança Camponesa Ambientalistas, composta por movimentos que lutam pela terra e que defendem a biodivesidade e o meio ambiente. Verificou-se que a agricultura familiar está intimamente ligada a luta em defesa do meio ambiente, enquanto o agronegócio, com todo apoio oficial, continua criminalizando os movimentos e devastando a natureza. A criminalização faz parte das ações do latifúndio e seus asseclas para intimidar a luta pela reforma agrária. A resposta foi a criação da Aliança Camponesa Ambientalistas, que precisa ser agregada por todos os verdadeiros democratas e apoiadores da reforma agrária e defensores do meio ambiente. Essa luta é única.

ICC - Neste contexto, como vê o Governo Lula e as políticas públicas para a população, a reforma agrária e urbana, a democracia?

Pedro - O Governo Lula ao mesmo tempo em que avançou nas relações com a sociedade civil, criando instrumentos de participação e debates, deixou a desejar em muitos aspectos. Fundamentalmente por colocar à frente de funções estratégicas, figuras que aplicam a velha prática do clientelismo. Assim mesmo temos avançado bastante. Poderíamos ter avançado mais, mas estamos no caminho da consolidação da democracia, onde as pessoas não mais precisarão de ajuda oficial para se alimentar, mas estarão livres de todas as amarras do assistencialismo e da dependência, pois as políticas públicas estarão efetivadas.

ICC - Além de escritor e ativista social, você é jornalista? Qual seu olhar sobre a imprensa em nosso País, em nosso dia a dia? A imprensa cumpre seu papel?

Pedro - Há dois lados da imprensa. A grande imprensa e a alternativa. A grande sustenta-se na mídia eletrônica e cumpre um desserviço ao povo brasileiro e aos interesses nacionais. Desinforma a população usado-se de contra-gotas para manter o controle ideológico sustentado no consumo desenfreado. Recentemente a Folha de S. Paulo chegou a tentar mudar a história, chamando a época da ditadura de ditabranda. Esses senhores acreditam que podem mudar tudo, desde que sirva aos seus interesses. A mesma concentração da terra existe nos meios de comunicação. É preciso fazer a reforma agrária das comunicações. Por que não se discutiu com a sociedade se devia ou não se renovar as concessões das emissoras de TV? Não há nenhum país no mundo onde uma emissora de TV tem quase 100% de audiência em todo o território nacional. Apenas aqui e não se debate isso. Felizmente por outro lado há a imprensa alternativa, que circula nas entidades e apresenta as verdadeiras opiniões e interesses dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras. São milhões de tablóides e informativos que circulam por todo o País. Há ainda outras publicações que não se enquadram na mídia dominante, as quais cumprem importante papel formador de opinião e informativo para a sociedade. Temos a internet que nos oportuniza muitas informações, são muitos sites, blogs e jornais que não se enquadram no sistema de mercado, propagando outros conceitos e valores, diferentes dos impostos pela mídia do capital.

ICC - Quando você coordenou o Orçamento Participativo em Peruíbe, houve uma grande mobilização da sociedade, em especial das associações de moradores e demais movimentos sociais. Acredita que o OP é um instrumento que fortalece a democracia direta?

Pedro - Sem dúvida essa experiência nascida na primeira gestão do PT, em Diadema, depois consolidada na gestão de Porto Alegre, comprova que é possível utilizar os recursos públicos de forma transparente e crível com os interesses reais da cidadania. Para isso é preciso que os governantes estejam dispostos a oportunizar a sociedade parte do poder. A cidadania, com o OP, passa a ter poder real, decidindo onde, como e em que aplicar os recursos públicos. Infelizmente o processo iniciado em Peruíbe não foi dado sequência, assim como ocorre um processo de desmobilização desse revolucionário projeto em todo o Brasil. Os parlamentares precisariam compreender que o OP pode lhes fortalecer, desde que eles deixem de ser os despachantes de obras e serviços da administração passando a exercer seu verdadeiro papel de fiscalizador e legislador. Se a sociedade, os governantes e os parlamentares se disporem a criar novos mecanismos sem dúvida o OP poderá fomentar instrumentos que consolidem a democracia direta. Esse modelo deve ser incentivado e aprofundado, com ele todos ganham, menos os corruptos e demagogos.

ICC - A América Latina vive um novo momento, em particular com a ascensão de governo progressistas, como Lula, Chávez, Morales, Corrêa, Vasquez, Ortega e agora Maurício Funes em El Salvador. Como avalia este cenário e o futuro da América Latina?

Pedro - A crise do capitalismo comprova o que Marx escreveu há mais de 150 anos no Manifesto Comunista que o capitalismo é seu próprio coveiro. E é isso que estamos vivendo. Mais uma crise, com os negócios indo à bancarrota e o Estado os salvando, retirando recursos da saúde e educação pública, da moradia, da seguridade social para preservar seus patrimônios bilionários. A América Latina significa que há esperança. A resistência desses governantes de esquerda que enfrentam de forma criativa e ousada os poderosos do Norte mostra que a Humanidade não se curvará à opressão do capital. Chaves e Evo zeraram o analfabetismo. Evo enfrentou os latifundiários na Bolívia e aprovou uma nova constituição, impondo um novo limite a propriedade rural naquele País. Correa realizou a auditoria da dívida. E muitas lutas ainda serão travadas. É preciso fortalecer a unidade latina, resgatar o sonho de Bolívar e de Che Guevara, construir um continente onde todos sejamos capazes de viver com dignidade e semear a esperança no planeta.

ICC - Suas considerações finais.



Pedro - Acredito que somente com a mobilização, organização e consciência política das camadas populares seremos capazes de construir efetivamente uma pátria livre e soberana. A luta pela terra, a conquista da reforma agrária, o resgate da memória dos combatentes que ficaram no caminho, entre eles a de João Carlos Batista, somente animará a luta. É preciso resgatar referenciais; a política não pode continuar como balcão de negócios, precisamos trazê-la de volta aos interesses comunitários, populares e coletivos, deve estar a serviço da vida e da justiça social, não do mercado.

quarta-feira, março 04, 2009

Mulheres em luta



















Flores acreditam em seus sonhos
Flores semeiam rebeldia
Flores resistem à opressão
Flores de luta
Mulheres semeando estrelas
Plantando a confiança no amanhã
Flores desabrocham
mesmo em terras áridas
Semeiam árvores
formam florestas
conquistam a liberdade
Flores semeiam sonhos
Propagam a rebeldia
Derrotam a opressão
Mulheres e flores
encantam e cantam
um novo tempo.


8 de março - dia de luta por um novo tempo de justiça, paz e fraternidade entre mulheres e homens.

Quaresmeira
















Quaresmeira lilás
copa fechada florida
inspira o céu
ilumina o sol
encanta o universo
Quaresmeira florida
copa fechada lilás
brilha o olhar
alimenta a alma
Quaresmeira encantada
florida e lilás
inspira um novo tempo...

terça-feira, março 03, 2009

Cyber Amor

Beatriz Ribeiro e Pedro Cesar Batista




















Instigadores do bem e da vida
Inspiradores do amor e do prazer,
Inspiradores do encontro e dos sonhos

Almas que se logam e se amam
Vivendo maravilhosos momentos

Instigadores do bem e da vida
Uma deliciosa loucura que dá muito prazer

Almas que se logam para amar
Almas que se juntam para reverenciar o amor
Descobrem que o tempo sempre oferta um novo começo
Tempo de recomeçar um novo começo
Tempo de respeitar o tempo
Aprendendo com o suspirar
Respirar o desconhecido e a grandiosidade da vida.

Que tempo é esse?

Tempo de agradecer a importância da vida
Inexplicável com tantos desejos nesse novo tempo
Nesse novo recomeçar
Onde sementes cibernéticas éticas reais brotam
Corações nessa viagem frenética,
Cheia de esperança desejam encontrar alguém
Real como pedra ou nuvens adubando o sol
Molhando as flores, Belíssimas, pelo jardim
Onde a humanidade será rosas, jasmins, amores-perfeitos, lírios...
Flores na imensidão do Cosmo.

E perdidos na multidão estão aqueles que não encontram
Um porto seguro para suas mágoas e dores.
Navegando acreditam em seus sonhos
Então navegam, navegam, navegam
Com a certeza que chegarão ao horizonte
Refeitos depois da longa caminhada

Almas que se logam e se amam...

domingo, março 01, 2009

Manhãs ensolaradas















Nada canta em meus ouvidos,
ouço apenas os pedidos dos pássaros presos por liberdade.
Nada encanta meu olhar,
vejo apenas a dor da fome nos faróis.
Nada brilha meu coração,
sangrando pela tristeza do desamor.
Nada ilumina meus passos,
apenas seguem firmes sua caminhada.

Meus pulsos mantem-se levantados,
acreditam no amanhã,
apesar das noites mal dormidas.

As luzes dos pássaros,
o voo das borboletas,
o sorriso das crianças,
as sementes brotando,
a água do riacho correndo,
o povo que sonha,
sempre animarão meu canto,
meu olhar,
meus passos,
meus pulsos
na semeadura de manhãs ensolaradas.

Nada desanima o sol,
nada desencanta os pássaros,
nada apaga o brilho das fontes,
nada desacredita as flores,
transformando-se em frutos
para todos os seres se alimentarem.

Nada desacredita a terra
que brota fé nas florestas.

Meus ouvidos escutam esse tempo,
meus passos o mira e o persegue.