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sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Borboleta azul



Querer sentir o vento vindo do mar
faz as folhas sentirem-se como flores perfumadas,
pétalas de jasmim, brancas e macias.

Querer estar junto de alguém
é como a terra desejando receber a água e o calor do cuidado para suas sementes,
como uma borboleta que pousa suavemente na pétala vermelha
da rosa do desejo de ser querido em sua plenitude.

Quando isso não acontece
são como gotas da seiva da vida que são desperdiçadas,
em desencontros que se evaporam
em lágrimas famintas por beijos inexistentes.

Meu bem querer verdadeiro
choca-se em rochas do tempo presente,
restando ainda a aurora em meu olhar,
assustado pela dor do abandono.

Amanhã o sol aquecerá meu querer,
entregue aos voos da borboleta azul.

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Armadilha



Um olhar sorridente se desmancha em lágrimas,
nem vê a lua chegar cantando a manhã,
seus ouvidos nada ouvem,
seus olhos estão tentando falar e não cantam.

Um abraço se choca com o vento,
transforma-se em asas soltas sobre o mar e rochedos floridos,
sonhando com o calor dos beijos inexistentes,
que tem gosto de vinho azedo
pelo tempo trancado na escuridão.

Rajadas orgásticas inspiram segurança
sobre a tempestade das rosas
espalhadas no olhar que não sente a voz do trovão
armando a cova da desesperança.

sábado, fevereiro 11, 2012

Chegada



Sem dúvida da luz que espera a noite enluarada,
aquecendo os passos da manhã
em direção ao ponto de partida,
confundindo-se com a chegada.

Caminhar



Sempre o caminho mostra aonde chegar,
nem precisa se enganar,
o fazer mostra o destino.

Busca


A lua me chamou,
nem olhei,
ela chamou novamente,
fiz de conta de que não era comigo,
ela se foi e continuei procurando-a.
somos o centro do átomo

em direção ao cosmo

do coração humano

carnis valles



de Wanessa Dias

eu andei feveriando alguns meses
despertando notas
motivando o batuque abafado no imêmore frisson
repisei em ruas
antes dos amantes foliões
seduzidos pelo cordão do entusiasmo
agora
arrogados
sem rastros
perdidos
em ruas abertas para o rio
por onde andam os caminhos segredados?
chão de tantos enredos ensaiados
e
concentração
do arranjo
para o leito palco
que quando quase findos
se sentiam
aplaudidos
por
bocas
línguas
dedos
afinados
combinados
numa coreografia de peles
na passarela dos lençóis
a espalhar os corpos
em sussurros
a fazer perambular
cheiros
das (p)artes
despojadas de castidade
mas feridas pelas horas
que vestidas de cinzas
anunciavam
o samba
da despedida

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Caminho


Um dia repleto de esperança começa,
a chuva inspira sonhos e abraços
capazes de acordar a tempestade
de pessoas combatendo o bom combate,
dar as mãos e louvar as sementes que estão a germinar
flores de todas as cores
de braços dados avançando
comandando nuvens e estrelas.

terça-feira, fevereiro 07, 2012

O tempo é translúcido,
como a tempestade que limpa os céus. (PCB)