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sexta-feira, dezembro 28, 2012

Vamos acabar com o mundo da exploração



Acabará o mundo da desilusão,
quando o fim da exploração chegar,
quando a mentira deixar de bater às portas,
quando os humanos forem de fato fraternos,
quando a usura estiver na lata do lixo,
quando o poder for coletivo,
quando o egoísmo não mais existir,
quando a solidariedade for presente e constante,
quando as flores de todas as cores iluminar olhares.

Acabará o mundo da miséria,
quando a terra deixar de ter donos,
quando as plantações for para alimentar todos,
quando os causadores das dores da ignorância pagarem seus crimes,
quando a verdade histórica não for manipulada,
quando os produtores receberem de forma justa por seu trabalho.

Enquanto esse tempo não vem,
vamos continuar propagando a resistência,
espalhando forças e luz,
para que os mais humildes e sofredores,
em todas as suas formas,
possam ter energia para sonhar um novo tempo.

Ainda há tempo,
o amanhã não começou
e o mundo não acabou.

Ainda há tempo.

(pcb)

sexta-feira, dezembro 21, 2012

Asa Norte

Flores secas nas prateleiras,
cores desbotadas, cinzentas e amareladas
piscam nas luzes do Natal.

Amontoam-se olhares na ponta da Asa Norte,
recebem cestas da expiação cristã,
brindes ao poder de ter e ser,
mais e mais para especular,
créditos para entrar nos céus.

Súditos, curvados,
oram
por suas migalhas.

Flores secas desbotadas pelos discursos
sangram a dor e a desesperança.

(pcb)

Pequeninos dedos

Domingo sem flores,
as crianças nos faróis,
não veem o caminho aberto.

Combatentes caíram;
outros, por migalhas, servem ao inimigo;
usar pessoas, tornou-se comum;
afrouxaram-se os abraços.

Estouram os trovões a leste,
Dylan ainda canta,
minha caneta não tem mais tinta,
ainda fala da esperança,
esperando a loja natal passar.

Quem sabe a chuva reavivará a semente,
destancará a maldade reinante,
jogando-a na vala da dor,
transformando-se apenas em adubo da luz.

As crianças nem poesia escutaram,
somente o fogo do cachimbo
queimando seus pequeninos dedos,
lhes acordam da dor.

Ainda é domingo
e Dylan segue com sua gaita.

PCB

Fuligem



Uma certa fuligem fria
exposta em alguns olhares,
propaga a servidão
curvada aos senhores
do passado e do medo.

Para alguns isso
faz o sangue ficar mais vermelho,
os cristais cantarem
proclamando sonhos.

Essa fuligem tenta apagar o tempo
impedir que seja desnudado
aos olhares do presente
o novo conquistado nas ruas.

Sem dúvida, virá a tempestade
lavando a alma
cantando as flores
que não deixam as fontes secarem
preservando-as jorrando sonhos
inundados de utopias

Nada afunda a história
dos apanhadores de estrelas,
iluminados pela esperança,
que resistem e navegam.

(pcb)

É natal!

Distâncias virtuais aproximam
O discurso pós- moderno
Em máquinas velozes
Últimos modelos
Provocam liberdade
Desejos de voar
Se libertar da monotonia da realidade
Seguir
Seguir
Ser feliz com as cores
Com os valores coloridos
Livremente seguir
Para os shoppings
É natal!!!!

(PCB)

tempo

Passado

l
a
d
o

obscuro no claro do tempo
onde a lua
espera o sol

n
a

m
a
n
h
ã

que insiste em vir tarde.

(pcb)

Não tenho pátria

a João Bosco Maia.

Se onde vivo não é minha terra,
se onde cresci não é minha terra,
se onde nasci não é minha terra,
sou um apátrida,
filho da vida,
irmão do vento,
parente das florestas e dos bichos,
da poesia e dos mares.

Sou semente da resistência,
germe da esperança da terra ser livre de proprietários.

Sou voz da indignação,
átomo da via láctea,
sem origem terrena,
integrante do cosmo.

Se onde vivo não é minha casa,
se onde cresci sou apenas um afiliado,
se onde nasci não integro,
tenho todas as galáxias,
todos os sonhos,
todos os mundos,
espalharei sorrisos e braços erguidos,
sem me assustar com o exílio.

(pcb)

Vamos acabar com o mundo da exploração

Acabará o mundo da desilusão,
quando o fim da exploração chegar,
quando a mentira deixar de bater às portas,
quando os humanos forem de fato fraternos,
quando a usura estiver na lata do lixo,
quando o poder for coletivo,
quando o egoísmo não mais existir,
quando a solidariedade for presente e constante,
quando as flores de todas as cores iluminar olhares.

Acabará o mundo da miséria,
quando a terra deixar de ter donos,
quando as plantações for para alimentar todos,
quando os causadores das dores da ignorância pagarem seus crimes,
quando a verdade histórica não for manipulada,
quando os produtores receberem de forma justa por seu trabalho.

Enquanto esse tempo não vem,
vamos continuar propagando a resistência,
espalhando forças e luz,
para que os mais humildes e sofredores,
em todas as suas formas,
possam ter energia para sonhar um novo tempo.

Ainda há tempo,
o amanhã não começou
e o mundo não acabou.

Ainda há tempo.
(pcb)

sexta-feira, dezembro 07, 2012

Mosaico



À Niemayer e João Carlos Batista, in memoriam.

Coletar o tempo,
Os minutos, as horas, os dias,
Perpetrar aos segundos longas noites enluaradas.

Transformar aprazíveis momentos em permanentes sonhos,
Dar às manhãs madrugadas férteis,
Às noites, tardes com arco-íris.

Cada momento preservar em um cofre,
Sem chave,
Capaz de reunir e repartir.

Ajuntar olhares.

A ocasião dos sorrisos distribuírem-nos aos desesperados,
Os olhares brilhantes reparti-los solidariamente,
Sem preocupação com a quantidade
Saciar todas às pessoas de encanto.

Solidarizar o período da felicidade,
Fazer da hora vivida longos dias,
Serenos e fraternais,
Justos e solidários.

Conectar o tempo infinitamente,
Dar dias e noites às sementes de todas às flores,
Deixar longas manhãs aos colibris e às borboletas,
Fazer entardeceres inacabável ao acasalamento das cigarras,
Praticar a indignação e a esperança,
Espalhando-as por todo o momento.

Sem escassez dar todo o tempo para a alegria e a felicidade.

Apanhar os instantes inesquecíveis de luz,
Fazê-los duráveis aos deprimidos,
Clareando alamedas sem afobação, nem esmorecimento,
Dar a imortalidade aos que lançam a fé na vida.

Por Pedro César Batista