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terça-feira, agosto 26, 2014

Lançamento de Jornadas de junho no Rio Grande do Sul



Jornadas de junho

Jornadas de junho (Cromos Editora – 2014), de Pedro César Batista, “tece quadros, comenta projetos, faz crônica, aglutina informações, denúncia monopólios” sobre esse importante momento vivido pelo povo brasileiro em junho de 2014. É o 16º livro do autor que tem uma trajetória que não sobrou lugar para o formalismo. “Ao contrário, Pedro mergulhou nas circunstâncias e nos valores de sua época, racional e apaixonadamente, como se evocasse cada dia o encontro inevitável da estética e da ética em textos marcados por suas impressões digitais, sem qualquer culpa de sentir, pensar e dizer”, escreve Ronald Rocha na apresentação do livro.

O autor reúne em Jornadas de junho dados e análises desde a queda de Collor de Melo, período em que se aprofundou a negação da política com uma ação direcionada pelos que controlam o poder político. Resultado da negação da importância da política e a reprodução da velha prática clientelista que levou centenas de milhares de jovens saírem às ruas em junho de 2013. Movimento que simbolizou uma nova forma de se manifestar, onde a mobilização pelas redes virtuais, a diversidade de atores e bandeiras deixaram claro que a “ousadia, a criatividade e a coragem fizeram com que se comprovasse que ainda há sonhos e lutas”.

O livro analisa a relação da sociedade com os partidos, mostra como se deu a mobilização nas cidades brasileiras, informando dados sobre cada ato, apresenta informações sobre o monopólio do transporte público, os gastos com os estádios e as despesas para a segurança durante a Copa do Mundo. Tem, inclusive, uma sentença judicial que absolve um manifestante acusado de depredar uma viatura policial. Todas essas informações são relacionadas aos movimentos ocorridos em junho e com o que o mundo viveu após a chamada Primavera Árabe.

Jornadas de junho aponta como uma das principais causas das manifestações de junho de 2013 a reprodução da velha política pelo PT, após 11 anos no governo, que mesmo com avanços sociais, preservou o clientelismo e o fisiologismo, o qual a sociedade não aceita mais.

O autor editou livros de poemas, reportagens, contos e um romance, com lançamentos em capitais brasileiras, Portugal e em Nova Iorque (EUA). É jornalista, diretor do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal e apresenta o programa Letras & Livros, na TV Comunitária de Brasília.

Lançamentos no Rio Grande do Sul

28/08 - 19h - EMEF Carlos Antonio Wilkens - Cachoeirinha - RS

29/08 - 19h - FACED - UFRGS - Porto Alegre

terça-feira, agosto 05, 2014

Lamento por Gaza.





Por Pedro César Batista

No Atlântico sul a música do vento continua,
o mar segue cristalino
as folhas do ipê estão coloridas no coração do continente,
lilases, brancas e vermelhas,
espalham-se pelo chão
com crianças correndo para abraçar seus pais.

No Atlântico sul ouve-se a guitarra,
os passos bailarem suavemente enlaçados com a lua,
ainda minguante riscando os céus,
com estrelas cadentes e luzes brilhantes.

No cerrado em plena capital,
fala-se de disputas de projetos,
contradições existentes e latentes
em cada olhar, sonho e semente espalhada.

O mesmo acontece no país de ponta a ponta,
discursos e disputas pelos votos.

No Atlântico sul as gaivotas levitam,
as praias espalham a bruma das ondas do mar,
circulares em harmonia da vida
com a sensação de ser flores com asas.

Ainda assim há quem chora,
espalha a indignação e a solidariedade
das crianças dilaceradas,
com suas pétalas arrancadas pelas bombas assassinas
despejadas por criminosos impiedosos
destruindo escolas onde se ensina a resistir,
hospitais para se curar e estancar o sangue derramado
e templos onde se religa com seres divinos.

Ainda assim há no Atlântico sul
quem chora a dor das crianças de Gaza,
quem ousa tenta ultimar a maldade praticada.

Enquanto isso no Atlântico sul ainda há solidariedade,
ainda há quem acredita na vida e na dignidade das crianças
que não se curvaram a escravidão e ao terror,
imposto pelas bombas sionistas assassinas.

Ainda há solidariedade em todo o mundo
contra a dor espalhadas pelos genocidas
que matam as crianças em Gaza.