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sábado, novembro 01, 2014

Prosperidade em série



Falam que há somente este tempo,
com cores desbotadas em iphones do último modelo.

Insistem em dizer que não há outro tempo,
que a vida passou e nada mais se pode fazer,
se não há mais um tempo novo.

Cantam melodias sem poesias,
com palavras que viram moedas,
cantadas em templos que falam em prosperidade
dos negócios, contas bancárias e ações nas bolsas.

Os mais estúpidos bradam
querendo a volta da ditadura,
sem saberem as cores do pau de arara,
dos choques elétricos e da morte
que se espalhavam sem vergonha pelas ruas.

Outros dizem não ter posição,
ignorantes em se tornar cidadão,
nem de papel nem de vidro,
tornam-se amebas na sociedade.

Esse é um tempo de escuridão,
tempo de propagação do medo,
assim sem nenhum pudor
batendo nas portas dos sonhos.

São tão imbecis!

Amanhã ainda nem chegou,
fazendo as flores mais floridas,
mais coloridas e os sorrisos mais verdadeiros.

Ainda haverá amanhã,
virão os carcarás sobrevoando os pampas,
conquistando as pradarias,
espalhando disposição para chover.

As folhas secas a esverdejar,
o sol nas manhãs,
sem medo da escuridão.

Ainda haverá amanhã!


Pedro César Batista