Páginas

quinta-feira, junho 11, 2020

“O grito da batalha: Quem espera, nunca alcança! ”



Pedro César Batista

Unidade de Classe contra o opressor e seus lacaios.

A classe dominante conseguiu muitos aliados no meio dos explorados. Repete-se regularmente que não há mais luta de classes, que é preciso avançar na defesa dos interesses e empoderamento de categorias e setores, o que permitirá melhorar o capitalismo, dando-lhe uma face mais humana, e assim avançar na busca de outra sociedade, onde não exista mais explorados e exploradores.

Não faltam organizações e militantes que atuam exclusivamente em busca da hegemonia, protagonismo e empoderamento, na maioria das vezes com a perspectiva eleitoral, eleger seus quadros e ocupar espaço dentro do estado burguês. Não questionam o modelo de produção ou distribuição da sociedade capitalista, atuam apenas em torno de seus interesses específicos.

Em tempo de paz, no lugar de avançar a consciência de classe, possibilitar aos setores produtivos o protagonismo da história, fortaleceu-se uma concepção de empreendedorismo, individualismo, consumismo e da luta de setores identitários, sem destacar que a sociedade é formada pelos detentores dos meios de produção, controladores das armas, leis e do Estado, e pelos que vendem o seu trabalho, manual ou intelectual, dedicam sua energia e inteligência para produzir e prestar serviços que são apropriados pelos ricos que ficam cada vez mais ricos, ao mesmo tempo que os pobres mais pobres se tornam. Para estes deixam o sonho em comprar um novo modelo de automóvel, possuir altos salários e integrar a classe dominante, usufruir e consumir produtos e serviços produzidos por eles mesmos. Uma poderosa máquina de propaganda alimenta esta ilusão.

O empoderamento individual e de grupos setoriais substituiu a busca pela transformação da sociedade, a construção do poder popular e a conquista da revolução, a ruptura entre explorados e exploradores. Torna-se comum trabalhadores traírem sua classe em busca do status e micro poder, que nada altera as relações sociais e econômicas entre as classes.

Os partidos ligados aos interesses da classe trabalhadora, no lugar de forjar uma consciência baseada na história do desenvolvimento humano, propagam a ilusão de que basta votar, fortalecer sua corrente e hegemonizar movimentos que se avançará rumo a emancipação da classe trabalhadora. Lembram os encantadores de serpente, mágicos de quinta categoria ou pastores falastrões, que curam qualquer doença. Ilusionistas da crendice popular e falta de consciência sobre as contradições que permitem fazer a sociedade se desenvolver.

O desejo é cada um ter uma organização para dizer que é sua. Fazer um movimento para dizer que é seu. Ter uma corrente ou segmento que esteja sob a sua direção. Não levantam a bandeira da emancipação de classe, criam seguidores que aplaudem e repetem o que seus chefes afirmam. Verdadeiros oportunistas e demagogos se espalham. São substituídos pela revolta inconsciente da juventude, rebeliões de massas que não mais se sujeitam a opressão burguesa, apesar de muitos sonharem em substituir os senhores, não em destruí-los.

Aproveitando-se da despolitização, falta de coesão e consciência entres a classe trabalhadora a burguesia avança, fortalece seus setores mais violentos e reacionários, realiza cruéis ataques aos direitos sociais, políticos e econômicos conquistados ao longo de lutas na história. Neste quadro, usam, inclusive, a pandemia para dividir, desarticular e eliminar a resistência dos pobres contra os poderosos.

Paz entre nós, guerra aos senhores, afirma verso de A Internacional, que segue tão atual quanto necessária para derrotar os parasitas que se nutrem de nosso sangue, suor e trabalho. Por isso, forjar a união e organização da classe trabalhadora é a garantia de avançar na história e derrotar os inimigos de classe, começando pelos fascistas que estão no poder.

segunda-feira, junho 08, 2020

Nunca aprendi

Nem sei de nada,
Nem sei cantar,
Dançar, menos ainda,
Fazer discursos,
Declamar poemas,
Imitar pássaros,
Assobiar, nunca aprendi.

Nem sei de nada,
Não faço bambolê,
Nem nado sincronizado,
Decorar receitas de brigadeiros,
Fazer duas caras,
Enganar meu amor.

Nem sei de nada,
Suspiro facilmente,
Dedico meu coração,
Faço molotov,
Espalho indignação,
Combato senhores.

Nem sei nada,
Nunca aprendi,
Falar: sim, senhor.

Pedro César Batista