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sábado, novembro 01, 2014

Prosperidade em série



Falam que há somente este tempo,
com cores desbotadas em iphones do último modelo.

Insistem em dizer que não há outro tempo,
que a vida passou e nada mais se pode fazer,
se não há mais um tempo novo.

Cantam melodias sem poesias,
com palavras que viram moedas,
cantadas em templos que falam em prosperidade
dos negócios, contas bancárias e ações nas bolsas.

Os mais estúpidos bradam
querendo a volta da ditadura,
sem saberem as cores do pau de arara,
dos choques elétricos e da morte
que se espalhavam sem vergonha pelas ruas.

Outros dizem não ter posição,
ignorantes em se tornar cidadão,
nem de papel nem de vidro,
tornam-se amebas na sociedade.

Esse é um tempo de escuridão,
tempo de propagação do medo,
assim sem nenhum pudor
batendo nas portas dos sonhos.

São tão imbecis!

Amanhã ainda nem chegou,
fazendo as flores mais floridas,
mais coloridas e os sorrisos mais verdadeiros.

Ainda haverá amanhã,
virão os carcarás sobrevoando os pampas,
conquistando as pradarias,
espalhando disposição para chover.

As folhas secas a esverdejar,
o sol nas manhãs,
sem medo da escuridão.

Ainda haverá amanhã!


Pedro César Batista

terça-feira, agosto 26, 2014

Lançamento de Jornadas de junho no Rio Grande do Sul



Jornadas de junho

Jornadas de junho (Cromos Editora – 2014), de Pedro César Batista, “tece quadros, comenta projetos, faz crônica, aglutina informações, denúncia monopólios” sobre esse importante momento vivido pelo povo brasileiro em junho de 2014. É o 16º livro do autor que tem uma trajetória que não sobrou lugar para o formalismo. “Ao contrário, Pedro mergulhou nas circunstâncias e nos valores de sua época, racional e apaixonadamente, como se evocasse cada dia o encontro inevitável da estética e da ética em textos marcados por suas impressões digitais, sem qualquer culpa de sentir, pensar e dizer”, escreve Ronald Rocha na apresentação do livro.

O autor reúne em Jornadas de junho dados e análises desde a queda de Collor de Melo, período em que se aprofundou a negação da política com uma ação direcionada pelos que controlam o poder político. Resultado da negação da importância da política e a reprodução da velha prática clientelista que levou centenas de milhares de jovens saírem às ruas em junho de 2013. Movimento que simbolizou uma nova forma de se manifestar, onde a mobilização pelas redes virtuais, a diversidade de atores e bandeiras deixaram claro que a “ousadia, a criatividade e a coragem fizeram com que se comprovasse que ainda há sonhos e lutas”.

O livro analisa a relação da sociedade com os partidos, mostra como se deu a mobilização nas cidades brasileiras, informando dados sobre cada ato, apresenta informações sobre o monopólio do transporte público, os gastos com os estádios e as despesas para a segurança durante a Copa do Mundo. Tem, inclusive, uma sentença judicial que absolve um manifestante acusado de depredar uma viatura policial. Todas essas informações são relacionadas aos movimentos ocorridos em junho e com o que o mundo viveu após a chamada Primavera Árabe.

Jornadas de junho aponta como uma das principais causas das manifestações de junho de 2013 a reprodução da velha política pelo PT, após 11 anos no governo, que mesmo com avanços sociais, preservou o clientelismo e o fisiologismo, o qual a sociedade não aceita mais.

O autor editou livros de poemas, reportagens, contos e um romance, com lançamentos em capitais brasileiras, Portugal e em Nova Iorque (EUA). É jornalista, diretor do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal e apresenta o programa Letras & Livros, na TV Comunitária de Brasília.

Lançamentos no Rio Grande do Sul

28/08 - 19h - EMEF Carlos Antonio Wilkens - Cachoeirinha - RS

29/08 - 19h - FACED - UFRGS - Porto Alegre

terça-feira, agosto 05, 2014

Lamento por Gaza.





Por Pedro César Batista

No Atlântico sul a música do vento continua,
o mar segue cristalino
as folhas do ipê estão coloridas no coração do continente,
lilases, brancas e vermelhas,
espalham-se pelo chão
com crianças correndo para abraçar seus pais.

No Atlântico sul ouve-se a guitarra,
os passos bailarem suavemente enlaçados com a lua,
ainda minguante riscando os céus,
com estrelas cadentes e luzes brilhantes.

No cerrado em plena capital,
fala-se de disputas de projetos,
contradições existentes e latentes
em cada olhar, sonho e semente espalhada.

O mesmo acontece no país de ponta a ponta,
discursos e disputas pelos votos.

No Atlântico sul as gaivotas levitam,
as praias espalham a bruma das ondas do mar,
circulares em harmonia da vida
com a sensação de ser flores com asas.

Ainda assim há quem chora,
espalha a indignação e a solidariedade
das crianças dilaceradas,
com suas pétalas arrancadas pelas bombas assassinas
despejadas por criminosos impiedosos
destruindo escolas onde se ensina a resistir,
hospitais para se curar e estancar o sangue derramado
e templos onde se religa com seres divinos.

Ainda assim há no Atlântico sul
quem chora a dor das crianças de Gaza,
quem ousa tenta ultimar a maldade praticada.

Enquanto isso no Atlântico sul ainda há solidariedade,
ainda há quem acredita na vida e na dignidade das crianças
que não se curvaram a escravidão e ao terror,
imposto pelas bombas sionistas assassinas.

Ainda há solidariedade em todo o mundo
contra a dor espalhadas pelos genocidas
que matam as crianças em Gaza.

terça-feira, julho 22, 2014

Explosões sem tempo



Que tempo é esse
Que se repete
Tanto em tragédia como em farsa?

Que tempo é esse
Em que se nega o que se fala
Usando todos os discursos para se chegar ao poder?

Que tempo é esse
Em que as prisões insistem em ter cor
E somente o mesmo lado ser aprisionado?

Que tempo é esse
Em que há dirigentes que têm medo do coletivo,
Usando-o somente para compor acordos,
Mesmo se dizendo justos e modernos?

Que tempo é esse?

Ainda não aprendi a verdade,
Apenas sei que ela tem lado,
Ainda assim a busco,
Nem importa que será outra no dia seguinte.

Cadê o tempo em que as flores,
Mesmo sem água,
Insistirão em florescer?

Que tempo é esse
Em que a amizade é virtual
E comunidades se diluem em redes?

Que tempo é esse
Onde as luzes
Propagam a escuridão?

Que tempo é esse
Em que se defende e propaga
A morte de crianças
palestinas, indígenas e de favelas
Como fosse natural?

Que tempo é esse
Em que aliar-se aos assassinos de seus filhos
Somente para ter poder é aceitável?

Esse tempo,
Ainda assim,
Explode sementes
Desabrocha indignação
Indica explosões.

Que tempo é esse?

Por Pedro César Batista

domingo, julho 13, 2014

Trilhas de rosas vermelhas

apontam novas cores,

despertam sede,

forjam aço nos passos

latentes por desabrochar.

PCB

quarta-feira, junho 18, 2014

A luta do povo e a copa: participação em todas as frentes.

Por Pedro César Batista

Completa-se um ano neste mês de junho quando mais de um milhão de pessoas foram às ruas no Brasil, em sua maioria jovens, que pela primeira vez saiam em manifestação, reivindicando direitos e mostrando ao mundo que, mais uma vez, o Brasil se reinventa na busca de uma nova sociedade.

Após um longo período sem grandes mobilizações populares, em junho de 2013 às manifestações massivas mostraram a força da população quando esta se mobiliza, mesmo sem a consciência da importante ação política executada, foram obtidas muitas conquistas após esse histórico mês de junho. Durante as manifestações ocorreu uma ferrenha disputa ideológica e política entre as forças políticas organizadas para dar a direção ao movimento que estava nas ruas. Muitas bandeiras foram pautadas pela mídia, mas as principais reivindicações foram as históricas bandeiras das lutas do povo brasileiro: saúde, educação, transporte, democracia e liberdade. As lutas contra o sistema não chegaram a ser pautadas, com exceção da bandeira da reforma política e a luta contra a corrupção, enquanto a luta contra o modelo de produção e as relações promíscuas entre a elite econômica e política no país não receberam a atenção merecida nos protestos. A velha direita, comandada pela grande imprensa, especialmente a Globo, tentou direcionar o movimento contra o governo petista e as organizações de esquerda. Estas, por sua vez, não mostraram a força necessária para o enfrentamento, pois os grupos mais à esquerda, ligados aos movimentos populares e sociais não estavam preparados para o tsunami vivenciado nas ruas do país. Assim mesmo, os manifestantes, que em sua grande parte era inorgânica, foi às ruas e arrancou vitórias, colocando em pauta a necessidade das grandes mobilizações populares, tendo, ainda, servido como uma aula política e histórica aos jovens que se manifestaram.

O recente lançamento, pelo Governo Federal, do Decreto da Política Nacional de Participação Social, regulamentando o direito a participação política previsto na Constituição Federal, depois de 25 anos após a sua promulgação, foi fruto dessa pressão social. Não é por acaso que o DEM e o PSDB fizeram tantas críticas ao decreto da Presidência da República, pois justamente a ausência dos setores mais pobres, os quais não têm voz nem vez na política, na definição dos rumos da política brasileira têm assegurado a manutenção do status quo, da concentração da riqueza e do controle político pelos mais ricos sobre o Estado brasileiro, especialmente com a preservação do monopólio da mídia.

A corrupção tem sido historicamente um dos principais instrumentos de manipulação dos detentores do poder econômico. Mesmo o governo do presidente Lula tendo sido o responsável pela criação da Controladoria Geral da União – CGU, órgão responsável pelo combate aos corruptos, assim como fizeram em 1964, os mesmos de sempre insistem em afirmar que a corrupção foi inventada agora e que a impunidade reina. Há corrupção, mas existe o combate, pois centenas de servidores públicos foram cassados nestes últimos anos, o que nunca havia acontecido na história. Entretanto, a mídia tem pautado já há vários anos que a corrupção é a maior de todos os tempos, além de que a política, os políticos e os partidos não prestam. Tudo isso com a finalidade de manipular a sociedade para que tenham mais facilidade para preservar o controle ideológico da população, sem destacar que somente a organização e luta da própria sociedade poderá mudar os rumos da história.

Estamos em plena Copa do Mundo, organizada pela FIFA - um grupo privado formado por pessoas conhecidas pela prática do tráfico de influência e corrupção em todo o planeta -, vivendo uma overdose de futebol nesses dias, momento propicio para tentar entender a força da participação social. O Comitê Popular contra a Copa tentou fazer manifestações massivas para denunciar a forma que o evento foi realizado, não tendo conseguido até o momento reviver as mobilizações de junho de 2013. O povo está na frente das televisões assistindo os jogos, atento e completamente paralisado. Tudo isso mostra que há uma enorme fragilidade orgânica da população brasileira, pois mesmo estando vivendo o período democrático mais longo da história, não há a consciência necessária para enfrentar a força dos detentores do grande capital, menos ainda um nível de organização capaz de dar continuidade às conquistas obtidas a partir das mobilizações de junho de 2013.

Muitos partidos mais ligados ao povo e de esquerda acabaram se isolando, alguns em grandes salas do poder, outros, estão crentes que foram os escolhidos por alguma divindade e se sentem donos da verdade. Por isso, fortalecer a participação social, como previsto no decreto presidencial, através dos Conselhos que debatem política pública, retomando às mobilizações de massa, utilizar os meios virtuais para debate, organização e propagação de lutas torna-se fundamental e decisivo para a garantia do aprofundamento das conquistas.

É preciso voltar a estudar a história e política, aplicando critérios e métodos de análise revolucionário, sem dogmas, mas com uma perspectiva científica, sem reproduzir modelos ou se sujeitar aos pensamentos propagados a partir do Consenso de Washington, que criou o pensamento único.

Aproxima-se mais uma eleição, quando milhares de candidatos disputaram o voto dos milhões de eleitores. É fundamental avançar, impedir de todas as formas que haja retrocesso, porém sem deixar de lado a necessidade de instrumentalizar o momento para debater a realidade, incentivar a organização e participação o trabalho permanente de conscientização e organização contra o sistema perverso e criminoso que transforma pessoas em objetos, nada mais.

Mais do que nunca é necessário a organização de militantes e movimentos revolucionários que defendam as lutas e bandeiras de interesse da maioria do povo brasileiro e dos trabalhadores de todo o mundo, enfrentando o poderio do monopólio dos veículos de comunicação e dos poderosos que concentram as riquezas. Capitular na caminhada, tornando-se instrumento da dominação a serviço do capital representa uma traição a histórica luta dos trabalhadores.

terça-feira, junho 03, 2014

Jornadas de junho - Belém - Pará

Lançamento de Jornadas de junho (Editora Cromos - 2014) em Belém - Pará.

terça-feira, abril 22, 2014





Jornadas de junho (Cromos Editora – 2014), de Pedro César Batista, “tece quadros, comenta projetos, faz crônica, aglutina informações, denúncia monopólios” sobre esse importante momento vivido pelo povo brasileiro em junho de 2014. É o 16º livro do autor que tem uma trajetória que não sobrou lugar para o formalismo. “Ao contrário, Pedro mergulhou nas circunstâncias e nos valores de sua época, racional e apaixonadamente, como se evocasse cada dia o encontro inevitável da estética e da ética em textos marcados por suas impressões digitais, sem qualquer culpa de sentir, pensar e dizer”, escreve Ronald Rocha na apresentação do livro.

O autor reúne em Jornadas de junho dados e análises desde a queda de Collor de Melo, período em que se aprofundou a negação da política com uma ação direcionada pelos que controlam o poder político. Resultado da negação da importância da política e a reprodução da velha prática clientelista que levou centenas de milhares de jovens saírem às ruas em junho de 2013. Movimento que simbolizou uma nova forma de se manifestar, onde a mobilização pelas redes virtuais, a diversidade de atores e bandeiras deixaram claro que a “ousadia, a criatividade e a coragem fizeram com que se comprovasse que ainda há sonhos e lutas”.

O livro analisa a relação da sociedade com os partidos, mostra como se deu a mobilização nas cidades brasileiras, informando dados sobre cada ato, apresenta informações sobre o monopólio do transporte público, os gastos com os estádios e as despesas para a segurança durante a Copa do Mundo. Tem, inclusive, uma sentença judicial que absolve um manifestante acusado de depredar uma viatura policial. Todas essas informações são relacionadas aos movimentos ocorridos em junho e com o que o mundo viveu após a chamada Primavera Árabe.

Jornadas de junho aponta como uma das principais causas das manifestações de junho de 2013 a reprodução da velha política pelo PT, após 11 anos no governo, que mesmo com avanços sociais, preservou o clientelismo e o fisiologismo, o qual a sociedade não aceita mais.

O autor editou livros de poemas, reportagens, contos e um romance, com lançamentos em capitais brasileiras, Portugal e em Nova Iorque (EUA). É jornalista, diretor do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal e apresenta o programa Letras & Livros, na TV Comunitária de Brasília.

Serviço:

Jornadas de Junho – Cromos Editora – 132 p.
Lançamento dia 17 de abril de 2014, às 19h.
Estande 61 – Sindicato dos Escritores do DF
II Bienal Brasil do Livro e da Leitura – Brasília

Contatos e informações:

pcbatis@gmail.com

quinta-feira, janeiro 09, 2014

Lançamento de Relatos sobre o amor, em Itanhaém (SP).



Relatos sobre o amor, Pedro César Batista (Thesaurus - 2013)

Café da Vila

Itanhaém - SP - Brasil

21h - 18 de janeiro de 2014.