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sábado, julho 25, 2020

Viva o 25 de julho!!



Pedro César Batista

Dia da (o) Lavrador (a), do (a) escritor (a) e da Mulher Negra!!

25 de julho marca a homenagem a quem produz o alimento, registra as lutas, sonhos, escreve o tempo e a força das mulheres negras.

Lavrar a terra, espalhar sementes, cuidar do plantio e produzir o sustento da humanidade, atividade milenar que marca o início de uma nova fase na história da existência humana. Tudo começou com o domínio da semente, a garantia da produção, resultado do trabalho de mãos que semeiam o que nos garante a existência material. São os primórdios da propriedade privada e da exploração que terminou por se constituir.



Escrever, registrar as nossas lutas, as derrotas da classe dominante, o combate aos exploradores e ao cruel sistema capitalista, que mantém a ignorância, o latifúndio e o imperialismo, cruéis com as mulheres, com os pobres, com os povos indígenas e negros. Escrever a luta de mulheres e homens que ousam lutar por outro mundo, registrar nossos sonhos e a utopia.

Agora, também marca o Dia da Mulher Negra. A força de Dandara, Teresa de Benguela, Maria Felipa e todas combatentes por justiça, igualdade e pela dignidade humana. Mulheres que enfrentam a crueldade do sistema opressor, patriarcal e capitalista, que sustenta o machismo, como uma de suas características principais, que tem vitimado milhões de mulheres.



Terra, letras e vida, lavrar a letras, lavrar a vida, assim mulheres e homens do campo, produzem o alimento que nos dá a energia necessária para que sigamos escrevendo, registrando e elaborando a estratégia para libertar as mulheres negras, pobres, trabalhadoras e toda a classe trabalhadora do julgo da exploração do capital.

Viva o Dai 25 de julho!

sexta-feira, julho 24, 2020

A máscara mostra a cara



Segundo a ciência os meios para enfrentar a covid-19 são simples: uso de máscara, distanciamento, higienização das mãos e o isolamento social. Nada além foi indicado. O que vai além disso é crendice popular ou charlatanismo.

Aqui, entretanto, quero falar de máscaras.

Não sei dizer de outros países, não tenho conhecimento.

O que vemos no Brasil é um desfile de tapa-bocas, como se diz em espanhol.

O vice-presidente, general saudoso da ditadura, vai a atos oficiais com a máscara de seu time preferido. O presidente, o capitão fascista, mesmo com covid-19, segue espalhando a morte, circula em público sem máscara, satiriza a dor das famílias enlutadas e tenta usar a ema do Alvorada como garota propaganda da cloroquina.

Enquanto isso, por onde se passa, não faltam máscaras de todas as cores, tecidos e estampas. O uso indica o gosto da boca tapada.

As mortes batem a tenebrosa marca de 85 mil vítimas, a imensa maioria pobres e negros. Para os povos indígenas parece existir um plano especial. O presidente vetou a distribuição de água, cestas básicas, sementes e ferramentas agrícolas nas aldeias. Já passam de cem os povos com casos de contaminação e mortes. É hora de seguir o genocídio com quem incomoda a opulência e os poderosos.

A maior parte das residências no país segue sem saneamento, milhões de famílias não possuem nem mesmo água para lavar as mãos. O auxílio estatal segue sendo um alvo inacessível para mais de 10 milhões de pessoas. Filas intermináveis se formam na frente da Caixa Econômica.

Mas o assunto aqui são as máscaras, os tapa-bocas. Parece um desfile de moda. Senhores e senhoras mandam suas costureiras produzirem máscaras com tecidos caros, seda, linho e de acordo com a estampa que mais combina com seus luxuosos trajes.

A Casa Grande segue sua trajetória neste imenso território tupiniquim. Os moradores da Senzala que se virem, não importa que suas máscaras são reutilizadas, não tem álcool, suas casas não têm janelas para ventilação, não podem manter o distanciamento ou menos ainda o isolamento, pois não pode parar a economia.

Este é o novo que se apresente pós pandemia. Este é o século XXI.

Pedro César Batista