Tempo de inspirar atos de dignidade e indignação, provocar suspiros em mentes descrentes na vida. Tempo de recordar a resistência. Tempo de caminhar de mãos dadas... (pcbatis@gmail.com)
segunda-feira, dezembro 26, 2011
Explosão terrena
Estoura olhar do tempo,
faz brotar o grito da aurora,
desmascarar o teatro de péssima qualidade,
mofado nos palácios,
germina a seiva da esperança na solidariedade
escondida nas crianças
famintas pelo planeta,
dissemina flores
no lugar de riquezas,
propaga a vida,
usa a avareza para revirar a história.
Estoura olhar do vento,
leva para bem longe o medo,
o desespero e a solidão,
arrasta para terras longínquas o egoísmo e a tristeza dos deprimidos,
a fé pelo metal causador da opressão que mais dor provoca,
espalha abraços verdadeiros e prolongados,
semeia jardins que jorrem
pétalas nas avenidas e prédios assustados.
Estoura olhar da história,
ilumina os passos
desencontrados e dispersos,
ensina a direção da resistência em busca
dos sonhos coletivos,
aponte o brilho na escuridão dos olhares
acuados com a força do capital,
descortine um novo palco
onde os protagonistas
sejam sinceros nas palavras e justos nas ações,
permitindo todas as crianças, jovens, adultos e idosos
colherem suas flores
preferidas,
sem terem que destruir jardins.
Estoure vida por todos os poros da terra.
espalhando fonte de entrega sem medo do amanhã.
quarta-feira, dezembro 21, 2011
História
Tiraram a costela para encantar o homem com a formosura da mulher.
Negaram a descoberta do fogo e o desenvolvimento da espécie.
Inventaram a propriedade das terras, das pessoas e manipularam as almas.
Criaram um Deus, onipresente, entorpecendo olhares e abraços. Temível.
Justificaram a opressão, a fome e impuseram o medo.
Usaram a morte para destruir a vida, jardins, culturas e civilizações.
Sem pudor mataram, saquearam e mentiram.
Uma moeda se tornou valiosa controlando desejos,
Negando o trabalho, a criatividade, a arte e a natureza.
Fizeram um estado controlador, manipulado pelos contadores de mentiras.
E mais mentiras vieram.
E mais mentiras vieram.
Vieram santos e mercados em bolsas sanguinolentas envenenadas.
Vieram armas sutis, cirúrgicas para crianças e adultos.
Até o amor conseguiram torná-lo assustador, amedrontador.
Tudo é o medo.
Tudo é a busca pela moeda sangrenta, armada e controladora dos tempos.
Assim mentem ainda,
Controlando os abraços que se afrouxam,
Os beijos que fogem,
As costelas que se enrijecem.
Uma história mal contada que virou sagrada e bíblica.
Brasília. 21.12.11
terça-feira, dezembro 20, 2011
Momentos
Ignorado
Voo livre
terça-feira, dezembro 13, 2011
Renascer Prometeu
Tróia foi destruída na escuridão do cavalo grego
Pelo amor a Helena que provocou a guerra,
Enquanto Penelope enganava reis e generais,
Certa da volta de seu Ulisses que um dia retornou.
Iracema não teve a mesma sorte com Martin.
Afrodite e Vênus desabrocharam o amor,
Nascida no mar e criadas por Zeus trouxeram a beleza e o encanto.
E Eva, para Saramago, seduziu o anjo
Que cuidava do Éden e então, com Adão,
Caíram no mundo mundano,
Mostrando o sabor do prazer
Que faz olhares brilharem.
Lavínia enfrentou o império romano ao lado de Spártacus,
Julieta optou pelo fim sem o seu amado Romeu,
Gilliatt em sua pesca preferiu o gosto salgado do mar,
Isolda não mais quis viver sem Tristão,
então resta esperar o renascimento do amor,
inteiro apaixonado pela vida e pelos sonhos.
Será preciso uma redescoberta de Zeus,
Com Prometeu renascendo nas almas,
Que precisam entregar-se aos sonhos.
sábado, dezembro 03, 2011
Sem-vergonha
quinta-feira, dezembro 01, 2011
Aula
sexta-feira, novembro 25, 2011
O que somos?
Se humanos somos, algo está errado, violentamos uns aos outros, destruímos a natureza, competimos de forma estúpida e desesperadamente todos buscam o ouro e o poder, os verdadeiros deuses que movem a raça. Se isso é ser humano, precisamos mudar a denominação da espécie ou o conceito sobre o que é ser humano, pois essas atitudes, segundo o conceito de humano, nada humana são. O que somos?
terça-feira, novembro 22, 2011
olhar
segunda-feira, novembro 14, 2011
terça-feira, novembro 08, 2011
Passeando nas nuvens
Uma cor cinza se apodera da luz,
Pedras azuis tomam conta do caminho
Um despenhadeiro brilhante desponta no horizonte
Sentimentos de medo e solidão fazem as flores caírem dos caules
Uma claridade atrai para uma flor desabrochando que chama à vida
A música rasga profundamente a alma com a leveza de uma navalha
Deixa a mostra sonhos desencontrados nos passos fincados em nuvens
Memórias do descaso se fortalecem provocando dores
Sem terra nem ar nem tempo nem amanhã
Sem brilho repleto de escuridão seguir os passos do jardim
Onde está a vida que quer abandonar a marcha do tempo?
Onde as flores não mais serão plásticas?
Uma voz suave canta as desavenças da história
Canta canta canta desesperadamente
E a cor cinza insiste em se apoderar de olhares que ficam turvos.
segunda-feira, novembro 07, 2011
Sem cerimonia
Um som invade a luz do tempo,
torna o fogo líquido,
envolvente e dócil.
Notas desencontradas tocam
e pássaros se perdem em pleno voo.
Labaredas se tornam abanos poéticos,
incendeiam nuvens que viram rochas
flutuantes em tapetes de rosas voadoras.
Asas quebram-se por voarem rasteiras,
chocam-se em palavras afiadas e cegas.
Querem cantar a ventania
tentando entrar em portas fechadas,
acordes brilham na escuridão
de olhares brilhantes e negros de insonia.
A sonoridade flutua
nas almas estão presas no fogo do desejo.
Sem cerimonia tiram a maquiagem e abrem a janela,
recebe a luz do som deslocando o tempo.
A luz e o som se encontram na escuridão,
fazendo a manhã anoitecer.
segunda-feira, outubro 31, 2011
Sou pássaro voando
Quem dera ser uma rajada de vento,
espalhar sonhos de vida e liberdade,
sementes de resistência e dignidade.
Como sou um pássaro em terra,
resta-me caminhar em direção ao sol.
Um dia a tempestade acordará em sonhos,
respirando o hálito das flores
que apesar dos espinhos,
ainda inspiram ventania.
Quem dera ser uma nesga de luz,
despertaria a escuridão,
levando-a a bailar em noite de lua cheia.
Beijos de Vênus
quinta-feira, outubro 27, 2011
A dama da festa
Meu corpo se move
No ritmo das águas que me levam,
Lavam e salgam meus sonhos,
Ainda adocicados de desejos
Por um tempo de equilíbrio
Com entrega e calor,
Verdadeiros,
Inteiros.
Onda vai onda vem.
Segura-me o vento,
Enquanto a lua se prepara
Para adentrar no baile.
O brilho do sol
Começa a se despedir a oeste.
Logo ela virá
E se entregará ao mar
Tornando-se a rainha do prazer.
quarta-feira, outubro 26, 2011
Palavras voadoras
Navegar é como escrever,
as palavras vem em ondas,
crescentes e em movimento intenso,
que nos empurra mais para o vento.
O vento é como escrever,
rasga as faces sem vergonha,
acariciando até almas desconhecidas
que se jogam em pleno voo ao infinito.
Escrever é como fogo,
vem das entranhas do magma do coração,
soltando lavras que inundam olhares
que ainda continuam fechados.
Continuarei caminhando,
quem sabe uma palavra me leve
ao infinito onde sinta a luz
do vento navegar o fogo
que necessitamos para voar.
domingo, outubro 23, 2011
Fogo que nos leva.
Arraial do Cabo, 15 de outubro de 2011.
O mar arde em chamas em movimento,
Provoca a esperança na vida em terra fértil,
Erguendo uma luz multicor nas manhãs e nos entardeceres.
O mar é fogo d’água que alimenta almas,
Fortalece corpos, provoca olhares brilhantes e desejos ardentes
Em romper a melancolia da solidão.
Faz entregar-se a imensidão de encantos e forças trazidas por Iemanjá.
E Posseidon, em sua carruagem de ouro puxada por velozes cavalos,
Faz despertar sobre ás águas as brasas e as fagulhas da vida,
Romper a dor de corações assustados e inundados pelo medo.
O mar avermelha-se como um coração em plena entrega
Aos corpos, peixes, mergulhões e gaivotas que se liberam em seus sonhos.
O mar é harmonia e sincronia na lua cheia,
Quando as sereias saem às terras para encantar e colorir olhares.
O sal de teu fogo vem de além mar,
Foi derramado por homens e mulheres arrancadas de suas raízes
Que chorosos, alegres, felizes ou assustados pisaram em terras novas e desconhecidas.
O mar embala as redes que se enchem de alimentos,
Acabando com a dor da fome de comida, por aprendizagem e por luzes.
Fortalece ainda mais o desejo de imprecisão
Com teus movimentos que chacoalham o Triunfo,
Que avança como vento aumentando tuas chamas.
Não importa que provoque a recordação de fontes em terra (in)segura,
Apenas inspira a seguir avante.
Nem és um cabo, nem um arraial, nem um salvador, é um universo
Ligando povos, descobertas e encontros ainda por nascer.
Faz dos enjôos os desejos de navegar,
Seguir com teu fogo a cantoria das cordas desamarradas dos caís
E alçam vôos em fagulhas que se misturam às estrelas incendiando olhares.
Vem você com seus movimentos incendiar o vento.
Vem abanar minha alma em teu rumo,
Fazer-me parte do teu fogo que propaga e se torna caís seguro,
Enquanto as velas balançam rumo ao norte.
Não mais procuram terras nem ouro nem atracações,
Querem mais labaredas em alto mar,
Ser fogo incendiando a luz da busca por rochas suspensas,
Onde o vento entre pelas janelas de cabeças e olhares
E se transformam em flores sobre as mesas em manhãs.
Teu fogo é combustível para as naus que sabem aonde chegar
E insistem na imprecisão de teu jeito,
De teus encantos e mistérios,
Da tua incerteza em relação ao pôr do sol
Que chega com a lua,
Provocante que desponta vermelha em teu seio.
Você faz a incerteza da existência
Seguir em busca dos ventos com mais labaredas
Que farão meu corpo levitar em tuas brasas e desejos.
O mar é fogo sem saber que é água,
Anima corações a voar livres das verdades e certezas.
É pássaro sem terra nem dono,
Aumenta as chamas nas águas,
Faz da terra combustível para animar a cavalgada oceânica
Nessa imensidão das labaredas que provocam sonhos e delírios.
quinta-feira, outubro 06, 2011
Vou
Eu sei que eu vou,
Sei para onde vou.
A lua ilumina o sol,
Que a esquenta ao amanhecer.
Entrega absoluta e verdadeira.
Assim vou para onde vou,
Pairando no tempo que me leva.
Praias me chamam a caminhar.
Eu sei que vou,
Sei para onde vou.
Sei para onde vou.
A lua ilumina o sol,
Que a esquenta ao amanhecer.
Entrega absoluta e verdadeira.
Assim vou para onde vou,
Pairando no tempo que me leva.
Praias me chamam a caminhar.
Eu sei que vou,
Sei para onde vou.
quarta-feira, outubro 05, 2011
Um passo a cada nó
Assim começarei minha primeira viagem em alto mar. Não sei caminhar sobre as águas, apenas dou algumas braçadas, que, depois de muitos anos como fumante, deixam-me pesado como um tronco de madeira, que deseja flutuar. Em O Triunfo II, em companhia do mestre do mares António Abreu Freire e do professor João Peralta, iniciarei meu primeiro nó para aprender as destrezas e manhãs dos movimentos das águas que nos levará a vários portos. Embarcarei e irei aprender o sabor dos enjoos e da resistência do corpo, seguindo o roteiro de Martins Soares Moreno. Amanhã cedo, quarta-feira, 5 de outubro, estarei a bordo.
Embarcaria somente em Salvador, mas o tempo me favoreceu, pois, após uma viagem no último final de semana, ainda poderei partir de Guarujá, sentindo como serão todos os nós que navegaremos a margem desse continental Brasil, terra que ainda dará a seu povo a fartura e encantos que oferece, não apenas o carnaval e o futebol, paixões que adoro cantar e falar nas caminhadas da vida. Aprenderei agora a flutuar, velejar, entender a bússola, os ventos, as marés, a solidão de estar em meio às águas sem ninguém nem nada quando estivermos em nossos plantões de vigília. Agora vou navegar, sem precisão, pois os ventos nos guiará, trazendo o tempo onde a lua cheia se aproxima.
Com certeza serão dias de muito aprendizados ao lado dos mestres Antônio e Peralta. Aprenderei a contar a vida que eles me mostrarão em alto mar, a direção do vento para seguir acreditando que a vida vale a pena viver. Viver sem o o medo do luxo, nem da dor do lixo, apenas acreditando que a vida serve para construir sonhos, sonhos coletivos, sonhos individuais, sonhos de uma vida forte e bela como o mar para todos os habitantes da terra, especialmente aos mais novos, que precisam (re)descobrir a importância de sonhar, nem que para isso seja precisar caminhar sobre pedras, deixando o mar e os ventos te levar na direção da paz. Assim aprenderemos a ser mais justos, mais dignos e sinceros com nossos corações e nossas almas, cada instante ou a cada nova maré, mais forte e consciente da importância de viver para navegar.
Embarcarei amanhã pronto a seguir às ordens dos mais experientes, que nos levará a conhecer um pouco mais da história e das terras brasileiras, agora com o olhar partindo das águas do Atlântico.
segunda-feira, setembro 26, 2011
Cortinas do tempo
segunda-feira, setembro 12, 2011
Resistência
domingo, setembro 11, 2011
Isaura
Isaura resistente e forte.
Venceu batalhas, dores
Plantou flores,
Semeou jardins, pomares,
Espalhou florestas.
Forte como o vento em momentos de maresia,
cuidando do tempo
que a ventania provoca.
Mãe, amiga e companheira,
leitora de Gorki.
Quantos folhetos distribuiu?
Quantas reuniões ajudou a sensibilizar?
Isaura resistente e forte.
Militou e ajudou a organizar enquanto viveu.
Chorou tempestades com a dor da perda
de seu filho assassinado pelos covardes do poder.
Isaura deixou o exemplo
da ternura e firmeza na defesa da verdade.
Esse ano sem você foi uma eternidade,
fazendo mais ainda crer em teus ensinamentos.
Sempre ser verdadeiro na busca da vida.
Em busca de terra fértil
onde a dignidade seja adubo do plantio.
Isaura resistente e forte,
tua falta é irreparável,
assim resta-nos seguir a busca
de muitas mães e filhos amorosos
e comprometidos com a luta
e sonhos por paz e felicidade para todos.
Nada de dor, nem tristeza,
tua vida foi luz.
sexta-feira, agosto 26, 2011
açaí
quarta-feira, agosto 24, 2011
sexta-feira, agosto 19, 2011
beijo
quinta-feira, agosto 18, 2011
Busca
domingo, agosto 14, 2011
batendo a porta
Não será o medo nas ruas,
nem o cinismo de vendedores de sonhos cinzentos,
nem a dor explodindo em cabeças,
a seca em olhares com brilhos artificiais.
Há uma semente que não morre, resiste e desabrocha,
provoca a claridade em céus, afugenta a escuridão
e espalha flores vermelhas.
A rouquidão da alegria enfeitiça o tempo,
provoca gargalhadas em manhãs que
estão a bater nas portas.
sábado, agosto 06, 2011
quarta-feira, julho 27, 2011
Lavrar a terra é como lavrar um poema
25 de julho, Dia do Trabalhador Rural e o dia do Escritor
Por Pedro Cesar Batista
A terra é a fonte da vida em todas as suas formas. Segundo a bíblia nascemos da terra, o mesmo local onde as sementes germinam as plantas que fornecem nossos alimentos e alegra a vida com flores de todas as cores, além do abrigo e sustento que nos oferta. Da terra também vem a fonte da água pura que usamos para saciar a sede e lavar o rosto, quando estamos cansados da labuta diária, seja no campo ou na cidade.
Lavrar a terra é como lavrar um poema, mexer a terra com as mãos, dando-lhe o carinho que a faz fértil para dar a vida que a poesia inspira em cada palavra. Assim cada homem ou mulher faz diariamente ao cuidar dos cultivos de alimentos, flores e poemas.
A semelhança entre a terra e a poesia é como o céu ao entardecer, as nuvens compondo com o sol um belo quadro, pois as duas necessitam do cuidado e esmero necessários para darem o encanto que precisamos. Não basta a terra, a semente e a água. Não basta o papel, a caneta e a idéia. Nos dois casos é preciso uma profunda ligação, a mais íntima afinidade d’alma com a terra e com a vida, para que a poesia e a semente germinem.
No dia 25 de julho comemora-se o Dia do Trabalhador Rural e o Dia do Escritor, uma semelhança muito grande entre os dois homenageados, que nada tem a ver com o poderio dos que usam a terra para destruir a vida, que ao preço da morte por encomenda de homens e mulheres concentram mais terras em suas mãos, tornando-se propagadores da quebra da cadeia da vida das sementes, apenas para mais rico ficarem. Assim como aqueles que usam a palavra, em poderosos veículos de comunicação, para propagar o consumo como salvação de todos os males, a desinformação e a mentira fundamentada em conceitos antigos para justificar o controle do aparelho de estado. Com isso provocam o medo e doenças nas pessoas que sobrevivem a base de drogas legais compradas em qualquer farmácia.
25 de julho é dia de comemorar a vida que o homem e a mulher do campo, ao lado dos escritores, propagam.
A terra é a mãe da existência em todas as suas formas, dos sonhos de solidariedade e respeito às diferenças, como letras e palavras diversificadas que animam a continuar com a crença que o cheiro da terra molhada inspira. Cuidar da terra é cuidar da vida. Cuidar da terra é inspirar mais crianças da necessidade da poesia em nossa existência.
Por Pedro Cesar Batista
A terra é a fonte da vida em todas as suas formas. Segundo a bíblia nascemos da terra, o mesmo local onde as sementes germinam as plantas que fornecem nossos alimentos e alegra a vida com flores de todas as cores, além do abrigo e sustento que nos oferta. Da terra também vem a fonte da água pura que usamos para saciar a sede e lavar o rosto, quando estamos cansados da labuta diária, seja no campo ou na cidade.
Lavrar a terra é como lavrar um poema, mexer a terra com as mãos, dando-lhe o carinho que a faz fértil para dar a vida que a poesia inspira em cada palavra. Assim cada homem ou mulher faz diariamente ao cuidar dos cultivos de alimentos, flores e poemas.
A semelhança entre a terra e a poesia é como o céu ao entardecer, as nuvens compondo com o sol um belo quadro, pois as duas necessitam do cuidado e esmero necessários para darem o encanto que precisamos. Não basta a terra, a semente e a água. Não basta o papel, a caneta e a idéia. Nos dois casos é preciso uma profunda ligação, a mais íntima afinidade d’alma com a terra e com a vida, para que a poesia e a semente germinem.
No dia 25 de julho comemora-se o Dia do Trabalhador Rural e o Dia do Escritor, uma semelhança muito grande entre os dois homenageados, que nada tem a ver com o poderio dos que usam a terra para destruir a vida, que ao preço da morte por encomenda de homens e mulheres concentram mais terras em suas mãos, tornando-se propagadores da quebra da cadeia da vida das sementes, apenas para mais rico ficarem. Assim como aqueles que usam a palavra, em poderosos veículos de comunicação, para propagar o consumo como salvação de todos os males, a desinformação e a mentira fundamentada em conceitos antigos para justificar o controle do aparelho de estado. Com isso provocam o medo e doenças nas pessoas que sobrevivem a base de drogas legais compradas em qualquer farmácia.
25 de julho é dia de comemorar a vida que o homem e a mulher do campo, ao lado dos escritores, propagam.
A terra é a mãe da existência em todas as suas formas, dos sonhos de solidariedade e respeito às diferenças, como letras e palavras diversificadas que animam a continuar com a crença que o cheiro da terra molhada inspira. Cuidar da terra é cuidar da vida. Cuidar da terra é inspirar mais crianças da necessidade da poesia em nossa existência.
sexta-feira, julho 08, 2011
quinta-feira, julho 07, 2011
A chama do Candeeiro do Tempo acesa em Portugal
Em cinco locais de Portugal foram realizado debates e recitais para o lançamento de Candeeiro do Tempo, poemas de Pedro César Batista.
Em Carcavelos, grande Lisboa, no dia 16 de junho, no Hotel Riveira, o Clube de Reflexão Política A Linha reuniu um número expressivo de pessoas para a apresentação dos livros Candeeiro do Tempo, Marcha Interrompida e João Batista, mártir da luta pela reforma agrária. Após a dissertação do autor ocorreu um rico debate, com intervenções dos presentes e em seguida uma sessão de autógrafos. O professor de Literatura da Universidade de Lisboa, Carlos Carranca, destacou a força da poesia para transformar a sociedade, "a poesia segue para a política e a política segue para a poesia, contribuindo para a construção de um mundo melhor", destacou Carranca.
Na Biblioteca Municipal de Aveiro, no dia 18 de junho, o Grupo Poético de Aveiro organizou um recital dos poemas de Candeeiro do Tempo. Foi um encontro onde quase todos os presentes declamaram os poemas do livro que foi lançado. Participaram dezenas de pessoas, realizando um sarau com a participação de todos. O autor fez uma apresentação do seu trabalho, falando de sua trajetória e seus livros. A participação dos presentes ao recitar os poemas de Candeeiro do Tempo mostrou uma profunda ligação entre a poesia e as culturas, pois os poemas escritos por um brasileiro causaram grande integração entre o público presente. No final houve sessão de autógrafos, antes do vinho na noite fria de verão na Praça do Peixe.
No Porto, a Atlas Cooperativa Cultural realizou o lançamento na FNAC - Santa Catarina. O autor fez uma preleção de seus trabalhos e declamou poemas. O ato foi coordenado pelo professor Manuel Solla (Atlas) e pela jornalista Ana Lúcia Araújo, a promotora da viagem de Pedro César Batista a Portugal. Participaram professores brasileiros que fazem pós doutorado na cidade. Estavam presentes também professores universitários da cidade de Porto e a representante da Associação Mais Brasil, do Porto.
Em Murtosa ocorreu um recital no bar O Pátio, no dia 25 de junho. O local está localizado em um município da grande Aveiro, com significativa expressão populacional de paraenses e imigrantes no Pará, tendo havido uma grande integração entre os presentes e o autor, que mais vez declamou seus poemas, em um descontraído recital, dentro de uma roda com o público presente.
Por fim, no dia 30 de junho, na Taverna dos Trovadores, em Sintra, aconteceu a entrega do violão da OELA (Oficina Escola de Lutheria da Amazônia) para o músico Fernando Pereira, com a participação do ator Joaquim de Almeida. No ato ainda ocorreu a troca dos livros de Pedro César Batista com os CDs de Fernando Pereira e o livro infantil de autoria de Joaquim de Almeida. Várias pessoas falaram sobre a importância do trabalho da OELA, ao profissionalizar crianças em luteria e, especialmente, trabalhando com madeira certificada da Amazônia. No final Pereira fez uma apresentação musical, tocando canções de várias nacionalidades, porém todas de intervenção, como dizem em Portugal, ou engajadas, como falamos no Brasil.
O jornalista e escritor Pedro César Batista foi acompanhado da sua assessora de imprensa, fotógrafa e cinegrafista Adriana Guidolin, que participou registrando todos os eventos e fazendo o network ao final de cada apresentação, além das fotografias e imagens.
Agradecimentos:
A realização das atividades somente foi possível graças ao apoio e solidariedade em rede dos amigos e amigas, como das organizações envolvidas na promoção:
No Brasil: Adriana Guidolin, Rubens Gomes, Vera Lúcia Batista, Elizabete Magalhães, Jonas Banhos, Leonardo Castro, Amauri Pessoa, Emídio Vasconcelos, Izabel Suzuko, Edna Calabrez, Tereza Amaral, Elizabete de Paula, João Bosco, Carla Fagundes, Henrique Ziller, Eduardo Guidolin, Marlua Batista, Mariana Batista, Lúcia Araújo e Adan Mota.
Em Portugal: an@LuarComunicação, Clube A Linha, Grupo Poético de Aveiro, Atlas Cooperativa Cultural, Fnac Sta. Catarina, Bar O Pátio, Taverna dos Trovadores e amigos a quem dedicamos especial agradecimento, Isabel e Mário Pedro, José Santos Silva e Natália Almeida, Camilo e Mariana Araújo, entre outros.
Antes de retornar ao Brasil recebi o convite para a uma travessia do Atlântico em um barco à velas, reconstituindo o trajeto feito por um personagem histórico de Portugal que veio ao Brasil séculos atrás. Um convite tentador.
Meus agradecimentos a tod@s. Nossa caminhada ainda é longa. "Um mais um é sempre mais que dois", disse Lô Borges, então vamos dar às mãos e continuar a seguir semeando a esperança e a luz em nossos passos.
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