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segunda-feira, novembro 07, 2011

Sem cerimonia



Um som invade a luz do tempo,
torna o fogo líquido,
envolvente e dócil.

Notas desencontradas tocam
e pássaros se perdem em pleno voo.

Labaredas se tornam abanos poéticos,
incendeiam nuvens que viram rochas
flutuantes em tapetes de rosas voadoras.

Asas quebram-se por voarem rasteiras,
chocam-se em palavras afiadas e cegas.

Querem cantar a ventania
tentando entrar em portas fechadas,
acordes brilham na escuridão
de olhares brilhantes e negros de insonia.

A sonoridade flutua
nas almas estão presas no fogo do desejo.

Sem cerimonia tiram a maquiagem e abrem a janela,
recebe a luz do som deslocando o tempo.

A luz e o som se encontram na escuridão,
fazendo a manhã anoitecer.

Um comentário:

fLUXOS ** Gyselle Fonseca ::: disse...

Gosto de ler poesia em voz alta assim assimilo o som que se faz em onda e me deleito, palavras que deslizam em cores como uma canção. Gosto do teu compor!