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segunda-feira, dezembro 17, 2007

VIDA E LUZ


















Copiado do Blog da Lúcia.

domingo, dezembro 16, 2007

SOLIDARIEDADE E LUTA

Transformar a própria vida em uma trincheira na defesa dos interesses dos pobres simboliza o compromisso, a solidariedade e a verdadeira entrega na defesa dos que mais necessitam.

A atitude de D. Cappio mostra a indignação diante da injustiça praticada pelo governo a serviço dos poderosos, grandes proprietários rurais, usando em vão o nome dos necessitados. Pratica (re)conhecida na região e em nosso país.

Dom Cappio ousa defender a vida do rio por crêr que a sua vida pode ser semente de sonhos e esperanças na resistência e defesa da vida, não somente para o rio, mas para todos os necessitados de pão, teto, água e trabalho.

Dom Cappio ousa com seu ato animar a esperança e o compromisso dos que não se calam diante das injustiças e os atos praticados contra os que necessitam de uma vida melhor.

A vida de Dom Cappio é a vida do Rio São Francisco que alimenta a terra para dar o alimento ao povo da região. A vida de Dom Cappio está alimentanto a resistência em defesa da vida.

Os que tentam acusá-lo de intransigente serão os responsáveis pela corrente que se fortalece em defesa da luta em solidariedade ao povo do sertão e a luta que Dom Cappio simboliza. Uma luta de todos aqueles que ainda se indignam com as injustiças existentes.

Dom Cappio ousa entregar sua vida na defesa da vida, com dignidade, aos que mais necessitam.

Vida longa a Dom Cappio.

Vida longa ao Rio São Francisco.

Pedro César Batista

quinta-feira, dezembro 06, 2007

19 anos sem João Batista



João Carlos Batista na adolescência.
















Em 6 de dezembro de 1988, 20h30, entra no ar uma edição jornalística extra na TV Liberal, Belém, Pará:" Acaba de dar entrada no Hospital dos Servidores Públicos do Estado do Pará o deputado João Carlos Batista já sem vida. Recebeu dois tiros fatais de um pistoleiro, ao chegar em sua residência na Av. Gentil Bitencourt. Seu corpo será velado na capela do hospital. O pistoleiro conseguiu fugir."

Nesse dia João Batista havia denunciado, mais uma vez, da Tribuna do Assembléia Legislativa uma nova ameaça de morte que havia sofrido. Como das vezes passadas, alguns parlamentares fizeram chacota.

Aos 36 anos de idade tiraram a vida do advogado de trabalhadores rurais e urbanos. O militante da luta do povo que mobilizou milhares de trabalhadores no Pará na luta pela Reforma Agrária. Exerceu o mandato de deputado estadual no Pará por 17 meses, período que confirmou seus compromissos com a luta em defesa da Reforma Agrária e do socialismo.

Antes de ser assassinado sofreu três atentados. No primeiro, Nestor, seu (meu) pai, recebeu o tiro. No segundo, ele e mais dois companheiros, Ezequias e Nilton, ficaram muito feridos. Batista passou vários dias na UTI. No terceiro, os pistoleiros invadiram uma manifestação com mais de cinco mil pessoas, no Dia do Trabalho, em Paragominas - PA, e balearam dois companheiros , Nicanor e D. Alzenir. Um bandido foi pego e justiçado na hora. Na quarta tentativa, conseguiram assassiná-lo. O mataram na frente de seus filhos, ainda na tenra infância. Dina, sua filha do meio, ainda recebeu um tiro na perna.

João Batista nasceu no interior de São Paulo. Ainda criança foi com sua família para o Pará. Buscavam terra. Tauá, como o chamava, sempre esteve ligado ao campo. Começou militar na luta do povo cedo. Atuou na reconstrução da UNE, compondo a comissão nacional pró-UNE. Formou-se advogado, em 1980, voltando, desde então, toda a sua energia e inteligência para a defesa dos trabalhadores, das mulheres, dos oprimidos e do socialismo. Deixou cinco filhos de dois casamentos: Marcia Mária, João Leonardo, Renata, Dina e João Carlos. Sua primeira companheira foi Elisenda Libonati, a segunda, Sandra Caminha.

Hoje, 6 de dezembro de 2007, completam-se 19 anos que tiraram a vida de Batista. Sua memória, seu exemplo, seu compromisso e sua dedicação somente servem de exemplo para aqueles que acreditam que a luta é o caminho para conquistar uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.

Vida longa à memória dos que tombaram na luta pelos direitos do povo e pelo socialismo.

João Batista, sua memória será preservada.

PS. Como seu irmão aprendi que não basta lutar em defesa de terra, trabalho e liberdade. O século XXI nos aponta a necessidade de impedir o resssurgimento da barbárie que se fortalece no consumismo exacerbado, no individualismo, no hedonismo e no egoímo. Não poderemos repetir erros. A solidariedade e o respeito aos que lutam, aos que são explorados, oprimidos, a diversidade e a memória dos que deram suas vidas na defesa da justiça social, precisam ser fortalecidas e resgatadas. (Um povo que não tem passado não tem futuro. J.Marti) Nosso tempo atual é muito veloz, não percamos tempo, vamos semear e propagar a esperança, a rebeldia e os sonhos de fraternidade e justiça social.

terça-feira, novembro 20, 2007

Decidir o destino dos venezuelanos cabe somente a eles.

Em defesa da auto-determinação dos povos.

Uma das bandeiras sempre defendida pelos democratas, socialistas e comunistas foi a auto-determinação dos povos. Ao longo de décadas, durante a guerra fria, o que vimos por todo o planeta foi a ingerência permanente dos dois pólos na definição dos rumos de várias nações. Se Praga foi ocupada, pelas bandas de cá, vivemos inúmeras ditaduras, ocupações e tentativas de invasões. O governo militar no Brasil durou vinte anos. Duas décadas sustentadas pela mentira, tortura, exílios e mortes (tão pouco tempo se passou e parece que alguns esqueceram). Mesmo vivenciando seus extertores ainda pude atuar em seu combate.

No limiar do século XXI, são poucos os países que ousam realizar plebiscitos, referendos e eleições com regularidade. Método que aprofunda e semeia a democracia direta e participativa. As eleições realizadas em terra tupiniquim, mesmo de dois em dois anos, mostram a força da grana e da manipulação da mídia. Basta ver a eleição de Crodovil, Flanklin Aguiar e tantos outros. Organizar as camadas que têm necessidades, formar lideranças, desenvovler campanhas em defesa dos direitos dos que não tem acesso aos direitos animais está fora de moda.

O que importa é defender a globalização, usufluir a revolução técnico-científica, forjar a reengenharia do Estado, assegurando que o mercado, senhor de todos os tempos, possa resolver os destinos da humanidade. A invasão e o massacre cometido contra os povos afegão, iraquiano, ruandes ou de outras paragens não interessam a imprensa. O que podia ser feito por lá já aconteceu. O que resta são ações de caridade, como a distribuição de comida, nada mais pode ser feito (sic).

Enquanto isso, a Venezuela vive seu dilema. O governo Chavez, enfrentando setores internos e externos poderosos, realiza amplos debates, mobilizações e a população tem sido chamada a decidir os rumos a seguir. Setores a favor e contra o governo estão nas ruas, universidades,e scolas e fábricas mobilizados. Se as posições vitoriosas fossem as mesmas do pensamento único, aplicada por décadas naquele país, teriam valor, nada seria questionado. Mas uma aliança entre Venezuela e Irã é perigosa. Mas para quem? Quem tem medo dessa aliança?

Enquanto isso o debate, ou melhor, a massificação, contra os rumos decididos pelo povo venezuelano cresce assustadoramente. Porque será? O que houve com os democratas, os socialistas e os comunistas que não defendem mais a auto-determinação dos povos? Será que apenas o imposto pela mídia e os intelectuais a serviço da acadêmia (formada pelos detentores do conhecimento e do capital a serviço deles mesmos) podem dizer o que importa a humanidade?

Continuo defendendo que cabe somente aos venezuelanos decidir o seu destino. Somente a esse povo cabe escolher qual caminho seguir, com ou sem Chavez. Basta de ingerência. É preciso que os reis e imperadores fiquem calados e, quem sabe, um dia possam sentar no banco dos réus da história para serem julgados pelos massacres cometidos durante séculos.

Todo apoio a mobilização, ao debate e ao aprofundamento da democracia participativa.

quarta-feira, novembro 14, 2007

MARLUA






















A lua contigo fica encantada,
o Mar maravilhado,
as flores alvoroçadas,
o tempo mais iluminado.

O tempo não esquece certo dia,
nesta hora,
quando tu vieste encantar as galáxias,
deixa-las mais harmônica e equilibrada.

Fazer o canto do vento,
o barulho das folhas,
a força das sementes,
o vôo dos pássaros,
as cores de paz predominarem.

As revoadas do tempo te admiram.

O tempo encantado
segue em tua direção,
a vida fica mais forte,
os sonhos acordam.

Marlua é vida
cheia de beleza e força,
repleta de luz
resplandece o universo
que te acolheu
e cuida-te alegremente.

Marlua é flor,
é ventania e calor,
é semente e fruto,
é luta e conquista.

Marlua, minha filha,
maravilhosa e iluminada,
leve sempre consigo esse brilho,
ilumine o caminho dos astros.

Marlua, guia das estrelas,
teu tempo é infinito.

sexta-feira, novembro 09, 2007

FUTURO CONTANDO ESTRELAS















A população planetária vive um momento crucial, podendo resgatar a possibilidade de um futuro glorioso para todos os seres existentes ou então caminhar celeremente para um triste fim.

Há milênios sonha-se com a plenitude da liberdade, mesmo sem o conhecimento do que isso significa. Sempre buscou-se conquistar uma vida melhor. Assim foi com a descoberta do fogo, a revolução verde, a revolução industrial e a revolução tecnico-científica. O fim disso tudo sempre foi a busca de uma vida melhor. Mesmo agindo como animais irracionais, onde é cada um por si, as ações sempre buscaram melhores condições de vida.

A nossa casa coletiva, o planeta Terra, sempre foi generoso, farto e permitiu ações em defesa desses sonhos por melhorias, mesmo que para isso sofresse todos os tipos de agressões e ataques. Aqui e acolá havia uma reação: um terremoto, um vulcão, uma tempestade ou qualquer catástrofe natural.

Enquanto isso os animais humanos sempre explorando a natureza e uns aos outros de forma mais feroz e agressiva. Os tempos avançaram e chegamos aos dias atuais. Até mesmo a região amazônica deu uma resposta, deixando parte de seus rios secos, outros lugares viveram desastres então desconhecidos. Até um ex-presidente dos EUA, Al Gore, virou vedete denunciando aquilo que eles mesmo fizeram durante séculos.

Apesar disso tudo, onde vivo, em Brasília, cresce a venda de produtos de luxo, principalmente de automóveis. Em alguns outros pontos do planeta aumenta a riqueza dos poucos ricos. Ao mesmo tempo verifica-se o crescimento dos miseráveis por todos os continentes. Na mesma proporção que crescem os instrumentos de produção de riquezas eleva-se a fome, o desemprego, a propagação da mentira e os riscos de desastres ambientais cada vez maiores.

A juventude conectada em seus micros torna-se instrumento da subjetividade imposta pelo mercado. O individualismo e o consumismo assustam. Defender a vida, lutar pelos velhos sonhos da humanidade torna-se algo ultrapassado e careta, segundo a mídia capitalista.

Ainda assim acredito que poderemos usar dessas tristezas e dificuldades para a construção de instrumentos que possibilitem o resgate dos sonhos de respeito, solidariedade e de uma sociedade mais justa. Base, penso, para um comportamento ético, coerente e de esquerda.

Não podemos desistir, nem abandonar a busca de uma vida digna, livre, justa para todos e em defesa de que no futuro todos ainda possam contar estrelas e semear flores.

quinta-feira, outubro 11, 2007

CHÊ, PRESENTE!!!









O tempo permite as sementes brotarem.
A terra pode ser árida.
As pessoas podem não ver as sementes nascerem,
podem mesmo querer esmagá-las.

Nada impede o tempo semear sonhos.

As flores secam
e sementes brotam.


Se ervas daninhas predominam,
não será eternamente.

Se espinhos cegam a imaginação,
as sementes permitem as flores desabrochar.

O sangue derramado aduba a vida,
ilumina o tempo,
fortalece quem ousa sonhar.

Nada impede o tempo de avançar.

Passaram 40 anos desde esta covarde poda da humanidade,
mas a floresta, as flores e as sementes não desistem.

As sementes continuam brotando
seguidores do vento
dispostos a fazer ventania.

A América Latina continua um viveiro.


VIVA OS QUE LUTAM POR JUSTIÇA.

VIVA OS QUE OUSAM LUTAR POR UM MUNDO MAIS JUSTO.

VIDA LONGA A QUEM ACREDITA EM SEUS SONHOS.

CHÊ, PRESENTE!!!!

terça-feira, setembro 25, 2007

ÁGUAS DESEJADAS















Seu cheiro é perceptível.
As folhas se espalham,
E as cigarras cantam.

Todos te desejam.

A terra vermelha sofre com a secagem,
Um pó cobre a lua crescente,
As narinas sentem a ressequidão.
Certas almas ficam secas como o tempo.

Árvores floridas derramam seu colorido,
Deixando as quadras mais belas.
O asfalto preto assume todos os tons,
O gramado fica amarronzado
E inflamável como pólvora.

O sol - ao se pôr no oeste - parece comunista,
Fica vermelho deixando todos encantados
Nesse mundo consumista – capitalista.

O cheiro conhecido vem de longe.
Faz meses, bastante tempo,
Que não mostra sua cara,
Nem permite sentir teu gosto.

Certamente quando chegares muitos vão sofrer.
São os que vivem sem teto,
Sob as pontes e em barracas de lona nas pontas das Asas.

Seu cheiro vem de longe.

Quando chegares o verde voltará,
A esperança desabrochará,
E as flores se espalharam mais ainda.
Começa a primavera.
Logo a secura desse tempo irá,
Deixando o solo mais fértil.

Quem me dera se tuas águas
Levasse da terra a fome,
A hipocrisia dos dominadores,
A dor dos desesperançosos?

Venha com força,
Traga em suas gotas
Um novo tempo,
Traga a floração da vida.
Leve a miséria em tuas águas
Pelos tubos sob as quadras.

Seu cheiro vem de longe.

Muitos querem se banhar em suas águas.
As plantas, os bichos, o vento,
As estrelas, a lua e pessoas
Te esperam ansiosos.

O sol quer se molhar,
Para mais ainda aquecer a terra,
Fertilizando sonhos de uma vida florida para todos.

Venha logo chuva encantada.

quarta-feira, agosto 29, 2007

LABAREDA (25/08)















Olho o céu de mãos caídas
abanando a solidão,
o vento me leva
aos tempos vindouros.

Pulsam olhares marejados,
busca pássaros caminhantes,
podem ser errantes,
certeiros ou derradeiros
no porto inseguro
de minh'alma.

Olhar o passado
iluminado,
apontando incertezas
domina o horizonte.

Nada de chuva, nuvens,
nem tempestades.

O mar me espera,
distante chego lá.

Caminhante solitário
busco galhos para seguir,
sem cair nas armadilhas
dos olhares mirando o céu.

Sigo abanando a solidão,
esperando brasas
brotarem labaredas.

PELÔ (Salvador - 25/08)

Nada existir no tempo,
o vento
o empurra
transformando-lhe
em folhas humanas.

O canto
dos abastados segue.

Prédios renovados,
cantados
no mundo,
imundo,
perdido
da fome
da existência.

Sem ser
nem ter.

Quer viver,
nada mais.

sábado, agosto 18, 2007

Cetro do Rei (18/7 - Belém/PA)















Sensação de sol se pondo,
mesmo sabedor de seu encanto,
logo a beleza da Lua
chegará e a saudade se vai.

Um tempo passado repleto de luzes
e dores do sangue derramado.

O tempo passou, avançou.
Pretensos companheiros no poder,
local e nacional,
vozes que falam e não sentem.

Se um dia sentiram,
impossível saber.

O sol ainda não se pôs,
assim mesmo não vejo
mais parceiros e braços enlaçados
resultados de um tempo
que se foi.

As águas da baia
continuam barrentas,
as crianças daqui da capital,
de Pragominas e do Brasil,
em sua maioria vivem necessidades.

O vento me acalenta.

A solidão do vento me leva,
quantas noites nesta beira de rio,
nessas ruas quentes
animando sonhos,
enquanto nada restou.

Não basta procurar,
não basta chorar,
as vozes não respondem,
impossível imaginar o que sentem.

Querer ter o poder
ser o centro do espaço,
parecendo o canto do cetro do rei,
é o que vejo dos passos nas ruas,
gabinetes e certos lares.

Onde vou cantar
a força do calor do sol
que lentamente se põe,
indo aquecer outros povos
que certamente também desejam flores
e sonham com justiça.

A frieza toma conta
dessa humanidade,
que disto nada tem,
somente deseja o cetro do rei.

terça-feira, julho 03, 2007

Tentação















Passo o tempo
vendo a rua,
canto a lua,
sem dono,
sem grana,
sem documento.

Ando ao relento,
árido no olhar,
seco d'água.

Passo o vento,
vendo o olhar,
canto sem vida,
entrépido calmo,
lento passo,
cantando dor.

Partículas cósmicas,
sons terráqueos,
corações braseiros,
almas carnívoras.

Passo o olhar,
vendo o vento,
canto o tempo,
um passo lento.

Levado ao vento
esvoaçando-se mar,
espumas brancas,
cabelos molhados,
corpos sedentos,
esquálidos ao sol.

Passo vendo
vento tempo,
sem parar,
levando estrelas.

Soleiras à mostra
de olheiras verdes,
cansadas do tempo.

Nada rio,
vendo orvalho,
dormindo nas manhãs,
colhendo paixões,
sempre ávidos,
vendo o vento
sentado ao sol.


44

Quem diria,
aqui cheguei.

Imaginava um caminho mais curto,
onde somente o prazer predominasse.
Tinha um sonho que era pequeno,
acabando cedo.

O tempo fez tudo diferente.
O prazer foi mais intenso,
tanto quanto a dor,
os sorrisos e os choros.
O sol esquentou mais
enquanto a lua permitia
o canto ficar mais encantado.
As estrelas da mesma forma que surgiam,
caiam em desbragada alegria
enquanto os apaixonados faziam pedidos.

As flores que nem conhecia
adentravam em minha alma
deixando sulcos
que talvez
o tempo nunca apague.

Sementes antes híbridas,
brotaram sonhos coletivos.

O tempo passou deixando mais forte
a força de germinar sempre.
Os olhares ficaram mais brilhantes,
as palpebras mais pesadas
de esperança que a dor se vá
deixando em seu lugar
a disposição de sementes boas
brotando nas manhãs.

O tempo enriquece tanto
que nada acabará,
será eterna a fé na luta
do povo que resiste em defesa da vida.

Tudo remoçou o olhar da vida
mais desejada e cantada
nas noites de solidão
e contando estrelas que se foram...

Aqui cheguei
e mais longe irei,
enquanto as flores mais força
adquirem nos sonhos das crianças,
desejosas por um abraço e um beijo,
enquanto pedem esmola
no farol da rodoviária
(de Brasília).
O tempo germina a rebeldia
que fará a vida ser
para todos,
não somente desejos,
não somente sonhos,
mas sempre o amanhã
que virá e fará
a felicidade ser coletiva.

Quem diria,
o tempo passou 44 anos
e um sonho de décadas
permanece:
semear a confiança
na vida,
nas flores,
nas estrelas,
na lua cheia,
no povo conquistando
o amanhã.

Aqui cheguei,
longe,
muito mais longe,
cantarei.

sexta-feira, maio 25, 2007

FLOR MARIANA

















Viver é maravilhoso.
Viver é brotar e brilhar intensamente.
Viver é ser luz, som e encanto.
Viver é ser Mariana.

Mariana que é calor.
Mariana que é amor.
Mariana que é sonho.
Mariana que é Flor.
Mariana que é vida.

Vida cheia de esperança
semeada pelo teu sorriso.

Vida cheia de cores
semeada pela tua alegria.

Vida cheia de força
semeada com tua existência.

Viver um novo dia
é mais maravilhoso
quando teu sorriso
abre um novo tempo.

Viver um novo sonhosempre encantado por tua luz
irradiando mais vida
e crença no brilho espalhado.

Brilhjo de Mariana.
Luz de Mariana.
Encanto de Mariana
que veio das entranhas
dos mais belos e puros
desejos que a humanidade
seja um jardim de paz.

Mariana é flor encantada.
Mariana é a direção da vida.

Mariana, minha Mariana,
livre e leve,
bela e forte,
linda e iluminada,
entada e brilhante.

Mariana tua riqueza é eterna,
tua energia é universal,
tua luz é o caminho
da vida e de conquistas.

segunda-feira, maio 14, 2007

FRIO PREOCUPANTE

Pedro César Batista

Certo dia, depois de sair de uma licença médica de duas semanas, fui acometido por um profundo e assustador sentimento de impotência diante da insensibilidade da juventude nos dia atuais.

Como privilegiado que sou retornei às aulas da faculdade. Agora, curso direito. Não que eu seja uma pessoa torta. Optei por esse curso por me considerar uma pessoa sensata e preocupada com a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Advogando poderei ser mais útil à sociedade, especialmente aos mais necessitados. Não tenho o interesse em ser juiz, procurador em nenhuma escala ou delegado de qualquer polícia. Não tenho pretensão em fazer concurso público. Pretendo exercer essa profissão utilizando-a como uma ferramenta concreta na defesa do Direito. Direito tão distante e usurpado da maioria do povo.

Deixando essas coisas de opções pessoais de lado, a finalidade deste artigo é falar do susto que tomei. Durante uma aula de Direito Civil I, perguntei para a professora, em voz alta, como é meu costume, qual procedimento deveria ter para justificar minha ausência durante 15 dias, pois faria uma cirurgia e teria que me afastar das aulas. A professora, chamada Ana, lembra uma “tia”, como as crianças costumam chamar seus professores, graças ao método que ela utiliza em sala, secamente, respondeu-me que deveria procurar a coordenação de curso e obter a informação que estava pedindo.

Depois da cirurgia, quando tudo transcorreu bem, retornei a sala de aula. São aproximadamente 60 alunos. Sentei e ninguém se interessou em saber como havia sido a internação, o tratamento, o que tinha ocorrido, qualquer coisa relacionada à minha ausência da sala naquelas duas semanas. Apenas dois colegas fizeram-me perguntas e desejaram saúde, atitude que deveria ser comum a todas as pessoas com um mínimo de educação, independente do nível de relacionamento que essas pessoas possuam. A frieza da turma e da “tia” Ana deixou-me assustado. Porque será?

No dia seguinte, em outra turma que estuda Teoria Geral do Processo, aconteceu o oposto, o professor Mário e meus colegas chegaram a fazer circulo ao meu redor para saber como estava depois da cirurgia. Fiquei pensando o motivo daquela contradição. Talvez seja o método utilizado em aula pelos professores, enquanto uma aplica a discórdia, a competição e o terror como método, a aula do outro se dava com entrosamento e respeito entre alunos e o professor.

Se estudantes e docentes de nível superior são tão frios com seus colegas, preocupa-me qual será o comportamento desses profissionais quando forem advogados, juízes, delegados e promotores. Será que terão como parâmetro a efetivação do direito ou apenas a satisfação pessoal de seus interesses, nesse mundo onde o salve-se-quem-puder somente avança?

O futuro da humanidade será bem melhor se repensarmos a nossa prática cotidiana, sabendo que o cuidar do universo passa pelo cuidado e a relação entre as pessoas, à natureza e o planeta, principalmente com os que tiveram o privilégio de serem privilegiados nesse mundo repleto de injustiças e exclusões.

domingo, abril 29, 2007

Manhã de domingo de abril




















Todos caminham,
lembrando uma praia,
o ministro me cumprimenta,
o vendedor de coco
conta estórias sobre a ventania.

Uns usam tênis de marcas caras,
diferente da praia,

onde todos ficam descalços.

Outros caminham de chinelos,

puxando seus vira-latas.

Crianças correm em bicicletas,
senhoras praticam cooper,
mostram seus corpos,
muitos belos corpos,
como se donzelas fossem.

Casais de mãos dadas

descem a ladeira
sobre o asfalto,

rumo ao final da asa

do avião pousado,

em pleno planalto central.

As marcas de pneus,
antes dos pardáis,
estão bem definidas,
diferente do sol que ainda se esconde,
o vento gelado trazido pelas nuvens
deixa o tempo ficar cinzento.

As nuvens seguem para o sul.

Prefiro o norte,
lá o vento é mais quente,
as flores mais alegres,
os pássaros mais cantadores.

É domingo no eixão,
e mesmo sem o mar,
vejo o horizonte por todos os lados

nessa cinzenta manhã
de final de abril,
mês de aniversário da cidade.

Logo será maio,
tempo de recordar as lutas dos trabalhadores
e carinhos dos que tem mãe
para isso lembrarem,
darem e receberem.

É domingo,
as pessoas caminham.
Para onde vão?
Alguns devem saber,
outros já imaginam ter chegado,
outros ainda nem sabem

onde querem ir.

O mar os espera,
com suas praias,
onde as desigualdades são menores,
todos andam descalços

e seus peixes matam a fome

dos famintos que dormem,

ainda dormem,

sob as ávores

que ladeiam a larga avenida.

Lá não é preciso dizer,
- ainda hoje há os que dizem -
sabe com quem está falando?

É manhã de domingo
e muitos seguem no asfalto do eixão,
passando sobre as marcas bem definidas
das freiadas bruscas e desesperadas
dos motoristas antes dos pardais.


As crianças e adultos em suas bicicletas
nem mesmo percebem quem os observa,
apenas sentem o vento frio do outono os acompanha

na ladeira abaixo rumo ao norte.

quinta-feira, abril 26, 2007

Nada de armas.
Falta-lhes ousadia.
Não tem revolução

porra nenhuma.

O que querem são mentes

para seduzir.

Ideologias sustentando egos.

E uma pseudo-práxis lida
em orelhas de livros

mofados.
Débil até os ossos.
Cínicas em demasia.


Lúcia Araújo


Sou feito de estrelas.
Meus olhos devoram o sol nascente.
Carrego em meu ventre
o alimento das plantas,
as dores dos esquecidos,
os sonhos do povo,
as virtudes dos libertinos.
Em silêncio
pinto com meu sorriso
um arco-iris encantado.
E chamo o mundo pra dançar.!


Lúcia Araújo


segunda-feira, abril 09, 2007

BRILHO
















Tempo que não volta,
anda para a frente.
Busca encontrar o sol
ou quem sabe o destino do tempo.
Quem sabe o perfume das planatas
ou então o brilho ds estrelas.

Busca sempre
o sonho e o sorriso
das crianças nos adultos
e o cheiro da água salgada
no corpo molhado de suor do amor.

Ou então apenas caminha para o amanhecer
levando o tempo que não veio ainda.

Ou será que viver é ser uma flor
espalhando sementes,
com pétalas se esvoaçando com os olhares
desejos de um jardins para todos.

Os olhares perdem-se
e tentam se encontrar
em estradas iluminadas ou escuras.

Seguem pelos cantos dos olhos
sempre buscando o tempo de viver.

Nada viver,
apenas cantar
a lágrima que costumeiramente escorrega
pelos cantos dos sonhos.
E desejos buscados,
sempre.

(23.03.2001)




sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Luz da vida

Dores brilham estrelas na escuridão,
iluminando sonhos perdidos no tempo.

Viver é sonhar,
semear a luz do novo tempo,
onde se possa sempre colher alegria.

Tudo tem nada,
uns pensam ser
para viver,
sempre,
querendo mais ter.

Dores lembram olhares,
fechados na escuridão
de sementes híbridas.

A vida é híbrida,
o tempo parece sem fim,
glutões e orgulhosos prevalecem,
a estupidez predomina,
filhos destratam seus pais
que não mais choram.

O tempo vem e vai,
deixando apenas as estrelas
das dores iluminando
novos caminhos e horizontes.



segunda-feira, fevereiro 12, 2007

10 anos sem Renato Russo

Quase duas horas de volta no tempo. Foi isso o que senti durante a apresentação da peça "Renato Russo", monólogo apresentado por Bruce Gomlevsky e dirigido por Mauro Mendonça Filho. Com todas as cadeiras ocupadas e muitas extras o Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB, de Brasília, mais uma vez, mostrou um grande expetáculo. Conseguir o ingresso foi uma maratona. Foi preciso enfrentar grandes filas, depois de ter que chegar às 7 da matina para conseguir comprar. E todos ingressos da semana eram vendidos em um único dia ainda pela manhã. As filas eram enormes, inclusive com distribuição de senhas. Muita gente saudosa e ansiosa por ver esse grande show.

O ator Bruce Gomlevsky, com uma apresentação impecável, representou Renato Russo por quase duas horas. O compositor foi mostrado desde a infância, quando viveu, aos 8 anos, em Nova Yorque, até seus útlimos dias de vida. Ainda criança o cantor adquiriu o interesse pela música. Adolescente, depois de um acidente, foi obrigado a viver por dois anos em uma cadeira de rodas. Preso em seu quarto curtia muito rock. Sua solidão lhe trouxe uma grande empatia com Bob Dylan, eu grande inspirador. Sempre foi muito ousado e questionador. Sua juventude, em Brasília, foi muito conturbada. A capital federal foi, e ainda é, um centro energético de uma juventude privilegiada e também contestadora, muitos sem saber a causa, porém, como o criador do Aborto Elétrico, o Trovador Solitário e da Legião Urbana, muitos tem claro o que buscam. E Renato entregou-se completamente a música.

Suas composições foram cantadas durante a apresentação, fazendo o público acompanhar com muita empolgação e envolvimento as canções apresentadas. Lágrimas correram. Relembrar velhos sucessos da Legião Urbana foi voltar no tempo. O tempo em que se lutava pelas eleições diretas para presidente do Brasil, o afastamento de Collor e os grandes shows fazendo a juventude ficar completamente esperançosa e sonhadora. Tempos passados, tempos modernos passados no tempo.

Interessante que em 1988 fui candidato a vereador, na cidade de Ananindeua, Pará, pelo PSB, partido que presidia. Fiz toda a campanha tocando "Que país é esse?". Tentava sensibilizar as pessoas com a canção da Legião. Muito rock e questionamento. Não fui eleito, o país continuou o mesmo, com "sujeira pra todo lado" e logo depois perderíamos Renato Russo.

Durante o show no CCBB pode-se ver também todas as crises existenciais que o cantor viveu. A sua saída do Brasíl depois do show em Brasília, quando brigou com o público, siginificou um importante marco em sua trajetória pessoal e profissional. Foi viver em Nova Yorque, onde viveu seu grande relacionamento amoroso. Voltou ao Brasil depois de ter o seu dinheiro confiscado pelo governo Collor e a mãe de seu filho ter falecido.

São dez anos sem Renato Russo. Dez anos de saudades desse grande poeta mobilizador e questionador do sistema. Mesmo sendo Renato, assim como Cazuza, filho da burguesia, um privilegiado, compôs e cantou o novo, o sonho de um mundo novo, "quem me dera acreditar que todas as pessoas fossem felizes", já dizia.

Um show imperdível. Valeu a pena enfrentar horas na fila para assistir.



quarta-feira, janeiro 31, 2007

Barriga vazia

É um alivio estar de barriga vazia
quando se pode alimentar todo dia.

Cabeça vazia e barriga cheia,
fazendo o que se deseja,
sem se preocupar com os que
não podem encher a barriga
e ficam como sacos vazios,
todos os dias.

Cabeça cheia e barriga vazia,
todo santo dia,
acaba virando atéu
de tanto rezar e continuar com fome.

Alguns de barriga cheia,
privilegiados neste mundo,
ficam todo dia,
santo ou não,
com o corpo leve
indo para onde quer,
nem se interessar
pelo que acontece ao redor.

Outros desejando encher a barriga,
alguns milhões e mais milhões,
toda hora e todo dia,
sonhando em poder fazer isso.

Terminam buscando nas latas,
nas ruas, nos restos deixados
um pouco de pão e feijão.

Tanto tentam que não conseguem,
continuando tentando matar a fome,
aumentando o peso da cabeça
que fica leve e desesperada.

Uns tanto,
outros nada.

Somente a dor da barriga vazia
que não consegue encher permanece.


terça-feira, janeiro 02, 2007

Semear Flores

Acordar com o canto dos pássaros,
sabendo que a chuva semeia esperança
e espanta o calor que anima as flores.

O vento rasga meus sonhos,
deixa-os mais vulneráveis
e rochosos nas manhãs de janeiro.

Janeiro que não veio ainda,
veio mais uma vez um novo ano,
cheio de meses perdidos no tempo.

Os pássaros continuam cantando,
animando meus sonhos adormecidos
de semear um novo tempo.

O tempo não vem,
a vida não vem,
vem apenas a nostalgia do amanhã.

Será que as flores ainda brotarão?