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terça-feira, novembro 20, 2007

Decidir o destino dos venezuelanos cabe somente a eles.

Em defesa da auto-determinação dos povos.

Uma das bandeiras sempre defendida pelos democratas, socialistas e comunistas foi a auto-determinação dos povos. Ao longo de décadas, durante a guerra fria, o que vimos por todo o planeta foi a ingerência permanente dos dois pólos na definição dos rumos de várias nações. Se Praga foi ocupada, pelas bandas de cá, vivemos inúmeras ditaduras, ocupações e tentativas de invasões. O governo militar no Brasil durou vinte anos. Duas décadas sustentadas pela mentira, tortura, exílios e mortes (tão pouco tempo se passou e parece que alguns esqueceram). Mesmo vivenciando seus extertores ainda pude atuar em seu combate.

No limiar do século XXI, são poucos os países que ousam realizar plebiscitos, referendos e eleições com regularidade. Método que aprofunda e semeia a democracia direta e participativa. As eleições realizadas em terra tupiniquim, mesmo de dois em dois anos, mostram a força da grana e da manipulação da mídia. Basta ver a eleição de Crodovil, Flanklin Aguiar e tantos outros. Organizar as camadas que têm necessidades, formar lideranças, desenvovler campanhas em defesa dos direitos dos que não tem acesso aos direitos animais está fora de moda.

O que importa é defender a globalização, usufluir a revolução técnico-científica, forjar a reengenharia do Estado, assegurando que o mercado, senhor de todos os tempos, possa resolver os destinos da humanidade. A invasão e o massacre cometido contra os povos afegão, iraquiano, ruandes ou de outras paragens não interessam a imprensa. O que podia ser feito por lá já aconteceu. O que resta são ações de caridade, como a distribuição de comida, nada mais pode ser feito (sic).

Enquanto isso, a Venezuela vive seu dilema. O governo Chavez, enfrentando setores internos e externos poderosos, realiza amplos debates, mobilizações e a população tem sido chamada a decidir os rumos a seguir. Setores a favor e contra o governo estão nas ruas, universidades,e scolas e fábricas mobilizados. Se as posições vitoriosas fossem as mesmas do pensamento único, aplicada por décadas naquele país, teriam valor, nada seria questionado. Mas uma aliança entre Venezuela e Irã é perigosa. Mas para quem? Quem tem medo dessa aliança?

Enquanto isso o debate, ou melhor, a massificação, contra os rumos decididos pelo povo venezuelano cresce assustadoramente. Porque será? O que houve com os democratas, os socialistas e os comunistas que não defendem mais a auto-determinação dos povos? Será que apenas o imposto pela mídia e os intelectuais a serviço da acadêmia (formada pelos detentores do conhecimento e do capital a serviço deles mesmos) podem dizer o que importa a humanidade?

Continuo defendendo que cabe somente aos venezuelanos decidir o seu destino. Somente a esse povo cabe escolher qual caminho seguir, com ou sem Chavez. Basta de ingerência. É preciso que os reis e imperadores fiquem calados e, quem sabe, um dia possam sentar no banco dos réus da história para serem julgados pelos massacres cometidos durante séculos.

Todo apoio a mobilização, ao debate e ao aprofundamento da democracia participativa.

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