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terça-feira, julho 22, 2014

Explosões sem tempo



Que tempo é esse
Que se repete
Tanto em tragédia como em farsa?

Que tempo é esse
Em que se nega o que se fala
Usando todos os discursos para se chegar ao poder?

Que tempo é esse
Em que as prisões insistem em ter cor
E somente o mesmo lado ser aprisionado?

Que tempo é esse
Em que há dirigentes que têm medo do coletivo,
Usando-o somente para compor acordos,
Mesmo se dizendo justos e modernos?

Que tempo é esse?

Ainda não aprendi a verdade,
Apenas sei que ela tem lado,
Ainda assim a busco,
Nem importa que será outra no dia seguinte.

Cadê o tempo em que as flores,
Mesmo sem água,
Insistirão em florescer?

Que tempo é esse
Em que a amizade é virtual
E comunidades se diluem em redes?

Que tempo é esse
Onde as luzes
Propagam a escuridão?

Que tempo é esse
Em que se defende e propaga
A morte de crianças
palestinas, indígenas e de favelas
Como fosse natural?

Que tempo é esse
Em que aliar-se aos assassinos de seus filhos
Somente para ter poder é aceitável?

Esse tempo,
Ainda assim,
Explode sementes
Desabrocha indignação
Indica explosões.

Que tempo é esse?

Por Pedro César Batista

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