Sede de sonhar o mar envolve
olhares vendados
com negras belas de olhares brilhantes,
cabelos encaracolados,
como vidas famintas.
Movimentos sensuais
nas ondas do tempo,
sem perceber o vento
crendo no salvador
que dos pupitos
promete rios de mel e leite
para crianças nos farois,
enquanto lavam vidros de luxuosos carros.
Sem sonho nada sou,
apenas um ludovicense
esperando o pagamento do voto.
Nada devoto,
espero a ventania
tomar conta das almas
por se descobrirem
nas velhas ruas de pedras e azulejos.
Moças bonitas bailam o maracatu,
enquanto, sem tu, caminho o rumo da lua
nesta noite plena de pulmoes,
coraçoes, bocas e estomagos famintos.
Sede de voar,
um sonho onde nada lembre este tempo,
onde a dor se disfarça
de alegria em pedidos a candidatos.
Nada esperar dos que matam os sonhos.
Nada conta
que nao seja a pedra
contra a fome e as dores.
Nada ilumina a noite,
sem crer nas sementes de sonhos
de novos olhares.
Olhares brilhantes,
sem fome, nem ilusao.
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