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quarta-feira, maio 12, 2010

Candeeiro do Tempo


Pedro César Batista

Olhos cerrados não veem a manhã
Sustentam-se na escuridão do medo e do passado
Bocas enganam ouvidos
Alegram fantasmas que submergem em mentes
Bailam em cantos iludidos com o brilho das luzes
Voos arrastam almas em frágeis desejos supérfluos
Ouvidos se animam ao tilintar de 30 moedas
Falam em suas crenças
Cantam desilusões e dores
Nada crêem no amor e em Iris brilhantes
Acham que todos os olhares são cinzentos
Todos os abraços falsos
A manhã se suicida com medo do dia
Prefere a escuridão da solidão do poder
Desiste de receber a luz das flores e dos pássaros
O dia se vai
Nem noite vem
Deixa-se inebriar no tempo de dor
Onde estou que ainda sonho
Preciso acordar e voar ao infinito
Retirar as folhas que abafam meu canto
Pássaros não alimentam mais sonhos
A dor de quem não sonha
Passos sobrevoa oceanos
Desejam ser brilho nessa escuridão.

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