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quarta-feira, março 28, 2012

Amizade



Amizade é como raiz
vai fundo
sustenta
suporta
alimenta
entrega-se à terra sem medo.

Amizade não é virtual
não tem cutucadas
nem propaga o ego
mostrando-se melhor

Amizade é verdadeira
a qualquer hora
está disponível
não fica offline
sempre está presente
não é utilitarista

Amizade não é quantidade
Amizade não se coleciona

Amizade assim como a raiz
e o caule nunca se separam
faça chuva
faça sol
caia granizo ou neve
nada a distância

Amizade é raiz verdadeira
concreta
em permanente sintonia

Uma raiz se morrer
leva junto o caule

A amizade se morrer
leva junto a raiz
uma alimenta
e fortalece a outra.

quinta-feira, março 15, 2012

Penumbra




Certos momentos bate um desalento,
apesar da chuva que fertiliza os sonhos,
vem um barulho do tempo fazer acordar
perceber que as certezas são poeiras cósmicas,

sem a juventude desconhecida e crente em seu olhar,
com a neblina encobrindo a visão que desperta a dor,
uma dor sem sangue, que virou luzes nas avenidas,
pessoas tomando coca-cola e gastando o que não tem,
vem a brisa da embriaguez do tempo que ainda não chegou,

um tempo sem vida,
apesar de tantas luzes
onde a flores despejarão suas sementes coloridas
sobre o mar da tempestade que tarda,
e sem encanto se esconde em olhares ao entardecer,

onde andará o amanhã sonhado ontem,
onde estará o abraço sentido,
as mãos dados com os punhos levantados,
que se encantaram com os cantos virtuais,

sem saber que o ar é pedra,
pesado e se apodera de meu ser,
que se arrasta em uma direção,
que apesar de nova na história,
ainda rola sobre os sonhos em pesadelos.

Pouso no mar



Manhã chuvosa,
tempo para pousar,
cantar a esperança,
lavrar o sonho.

Sabor



As tragadas de um cigarro,
alguns beijos,
poucas palavras,
mais beijos
e o avião decolou.
Ficou o sabor da distância.

Solfejar para a lua



Solfejar o perfume do vento,
sentir teu hálito de Deusa,
saborear teu gosto de sapoti,
admirar teu encanto de lua cheia.

Solfejar tua aura livre,
bailar em teu corpo musical,
dançar em teu êxtase contagiante,
arrebatar-me inteiramente,
sem escalas cantar a tua melodia.

Nem aprendiz sou,
apenas um amante das notas,
dos sons que animam a alma.

Solfejo do tempo que desconheço,
apenas a saudade do inesperado que canta
em meus ouvidos atentos,
entregues e ávidos.

Solfejo o que virá.

Visão



Nem sei porque estou caminhando para a lua,
o deserto me chama,
as ruas vazias me animam,
os olhos fechados me veem,
resta os passos rumo a manhã.

Cordas do violoncelo



Um olhar musical,
a alma é som,
leve brisa da lua cheia,
brilhante resplandece,
exala o perfume da terra pura e fértil.
Um olhar nascido n'alma,
melodia do brilho encantado
nas cordas do violoncelo,
confundem-se com os cabelos negros,
em suaves notas
solfeja o desejo de bailar.
Uma alma musical,
o olhar canta
e anima a caminhada.

sexta-feira, março 09, 2012

Mulheres livres



Lavínia, guerreira que combateu ao lado de Espartacus.
Penélope, que resistiu a conquista e esperou Ulisses.
Dandara ao lado de Zumbi bravamente lutou.
Maria Bonita, ousada e livre, com Lampião bailou no sertão.

Milhares, milhões, bilhões de guerreiras em todo o mundo.
Sem vacilar seguem a sua marcha,
Espalhando sorrisos, sonhos e sementes.
Não se contentam com igualdade, exigem dignidade, respeito e amor.

Mulheres livres e companheiras,
Assim deixaram a sua marca na história.

Raça humana, mulheres e homens, um mundo novo fazer.
Semear esperança, com o encanto de todas as mulheres,
Ao longo da estrada que seguimos.