Páginas

sábado, janeiro 30, 2021

Encarnado


Letras marginais disformes,
Lapidam encontros em utopias,
Formar canteiros de fuzis cantantes.


Declamam poemas sem susto nem pressa,
Desencontros em quadras sem rima.
Não querem anúncios em redes nada sociais,
Cobiçam colorir céus com todas as cores.

Querem espalhar acordes nos muros,
Não aprender a cantar,
Nem soletrar o sepulcro do mercado,
No desemprego que não desencanta,
Nem apaga a solidão,
Insistente em cada olhar,
Em cada tecla que crê ser única.

Palavras como chispas,
Espalham-se sem fronteiras.
Enfrentam pontos sem ponto desapontadas,
Uma teia que não se forma.

O Bem-te-vi briga pela pétala vermelha
Não desiste.
O vento lhe ajuda.

A chuva parece chegar,
Cartas manifestos histórias,
Querem brotar.

Insistem em espelhar brilhos,
Sem espelhos,
Nem desesperança.
Sem ilusão.

O horizonte encarnado
Me chama me clama.
Encanta cada letra.

Pedro César Batista

Nenhum comentário: