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segunda-feira, dezembro 04, 2006

Semear a solidariedade e combater a lógica capitalista

A busca desenfreda pelo lucro, pelo acúmulo de riquezas e pelo controle do mercado global desenvolvida pelas empresas transnacionais representa o grande vilão do aquecimento grobal e da pobreza, outro grande mal vivido pelos habitantes da Terra.

No filme "Encontro com Milton Santos ou a globalização vista do lado de cá", lançado durante o Festival de Cinema de Brasília, o geografo diz que vivemos uma oportunidade rara de construirmos a humanidade. Diz ele que até o momento anda não conhecemos essa realidade, porque o termo humanidade significa novas relações entre os seres humanos que habitam o planeta. Relações essas desconhecidas, mas que vem sendo contruidas ao longo da história. Segundo Milton Santos, falecido em 2001, a hora é de esperança e ação na construção desse antigo sonho.

Em recente entrevista de Fábio Conder Comparato a Rachel Bertol, de O Globo, em 29/7/06, o professor da USP, afirma que os habitantes do "planeta esférico, com dimensão limitada e população crescente" tem dois caminhos apenas: "ou nos chocamos ou estabelecemos uma vida harmoniosa". Diz que falta uma visão comunitária às pessoas e que uma sociedade não vive harmonicamente tendo com base o interesse individual. Para ele "a situação poderá mudar quando o povo deixar de ser expectador e passar a ser considerado o ator principal". Comparato afirma que na "autêntica república o bem comum do povo está acima dos interesses particulares, de famílias, partidos, igrejas, corporações".

A população planetária, especialmente as populações nacionais, precisa mudar seus paradigmas, construindo uma nova relação em que a preocupação com o outro, em que o saber cuidar, como diz Leonardo Boff, seja ação cotidiana no comportamento humano. O capitalismo não permite isso. O capitalismo e seus agentes, para atingirem suas metas econômicas, educam as pessoas de forma individualista e egoísta, destroem o biosistema, quebram a cadeia genética, dizimam civilizações e culturas, fomentam guerras.

Hugo Chavez em seu discurso, comemorando sua vitória eleitoral, na eleição de 3/12/06, diz que é preciso construir uma relação democrática de paz e amor, baseada no exemplos de Cristo, para construir o socialismo venezuelano. Interessante essa fala. Porque somente com novas práticas é possível mudar. Ao repetir os erros do autoritarismo, da usura e do egoísmo capitalista, será impossível reverter o quadro do aquecimento global.

É hora de agir, coletivamente e individualmente, na construção da Humanidade que Milton Santos fala. É hora de semear o respeito, a solidariedade e a fraternidade, única formar de assegurar um mundo mais justo e melhor para todos os moradores do planeta.




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