
Todos caminham,
lembrando uma praia,
o ministro me cumprimenta,
o vendedor de coco
conta estórias sobre a ventania.
Uns usam tênis de marcas caras,
diferente da praia,
lembrando uma praia,
o ministro me cumprimenta,
o vendedor de coco
conta estórias sobre a ventania.
Uns usam tênis de marcas caras,
diferente da praia,
onde todos ficam descalços.
Outros caminham de chinelos,
puxando seus vira-latas.
Crianças correm em bicicletas,
senhoras praticam cooper,
mostram seus corpos,
muitos belos corpos,
como se donzelas fossem.
Casais de mãos dadas
Crianças correm em bicicletas,
senhoras praticam cooper,
mostram seus corpos,
muitos belos corpos,
como se donzelas fossem.
Casais de mãos dadas
descem a ladeira
sobre o asfalto,
sobre o asfalto,
rumo ao final da asa
do avião pousado,
em pleno planalto central.
As marcas de pneus,
antes dos pardáis,
estão bem definidas,
diferente do sol que ainda se esconde,
o vento gelado trazido pelas nuvens
deixa o tempo ficar cinzento.
As nuvens seguem para o sul.
Prefiro o norte,
lá o vento é mais quente,
as flores mais alegres,
os pássaros mais cantadores.
É domingo no eixão,
e mesmo sem o mar,
vejo o horizonte por todos os lados
As marcas de pneus,
antes dos pardáis,
estão bem definidas,
diferente do sol que ainda se esconde,
o vento gelado trazido pelas nuvens
deixa o tempo ficar cinzento.
As nuvens seguem para o sul.
Prefiro o norte,
lá o vento é mais quente,
as flores mais alegres,
os pássaros mais cantadores.
É domingo no eixão,
e mesmo sem o mar,
vejo o horizonte por todos os lados
nessa cinzenta manhã
de final de abril,
mês de aniversário da cidade.
Logo será maio,
tempo de recordar as lutas dos trabalhadores
e carinhos dos que tem mãe
para isso lembrarem,
darem e receberem.
É domingo,
as pessoas caminham.
Para onde vão?
Alguns devem saber,
outros já imaginam ter chegado,
outros ainda nem sabem
de final de abril,
mês de aniversário da cidade.
Logo será maio,
tempo de recordar as lutas dos trabalhadores
e carinhos dos que tem mãe
para isso lembrarem,
darem e receberem.
É domingo,
as pessoas caminham.
Para onde vão?
Alguns devem saber,
outros já imaginam ter chegado,
outros ainda nem sabem
onde querem ir.
O mar os espera,
com suas praias,
onde as desigualdades são menores,
todos andam descalços
O mar os espera,
com suas praias,
onde as desigualdades são menores,
todos andam descalços
e seus peixes matam a fome
dos famintos que dormem,
ainda dormem,
sob as ávores
que ladeiam a larga avenida.
Lá não é preciso dizer,
- ainda hoje há os que dizem -
sabe com quem está falando?
É manhã de domingo
e muitos seguem no asfalto do eixão,
passando sobre as marcas bem definidas
das freiadas bruscas e desesperadas
dos motoristas antes dos pardais.
Lá não é preciso dizer,
- ainda hoje há os que dizem -
sabe com quem está falando?
É manhã de domingo
e muitos seguem no asfalto do eixão,
passando sobre as marcas bem definidas
das freiadas bruscas e desesperadas
dos motoristas antes dos pardais.
As crianças e adultos em suas bicicletas
nem mesmo percebem quem os observa,
apenas sentem o vento frio do outono os acompanha
na ladeira abaixo rumo ao norte.