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terça-feira, setembro 02, 2008

Candidatos superam diferenças eleitorais e se unem ao reverenciar a memória de parlamentar assassinado

Candidatos à prefeitura de Belém, autoridades e lideranças populares se mobilizaram para prestigiar o lançamento do livro João Batista, mártir da luta pela reforma agrária. Violência e impunidade no Pará. O ato mostrou que mesmo depois de vinte anos do assassinato do advogado João Carlos Batista, ocorrido em 6 de dezembro de 1988, a sua memória ainda contribui para mobilizar a esquerda e o povo paraense.

Numa quente noite de quarta-feira, 27 de agosto, em plena campanha eleitoral, Arnaldo Jordy (PPS) e Leila Márcia (PC do B), candidatos a prefeito e vice – prefeita, respectivamente, mesmo em chapas diferentes, deixaram a disputa pelo voto e se uniram para falar da importância que o biografado teve na luta do povo. Além dos candidatos majoritários, sentaram a mesa oficial do auditório deputado João Carlos Batista, na Assembléia Legislativa do Pará, o secretário de Estado de Cultura, Edílson Moura (representando a governadora Ana Júlia Carepa), o vereador Paulo César Fonteles (PT), João Leonardo e Márcia Maria, filhos de Batista, o autor e Ney Leal, que coordenou o evento. O representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB/Pará, Dr. Paulo Barradas também se fez presente.

Inúmeros discursos foram realizados. Muitos recordaram o tempo da militância de Batista, como o do professor de sociologia da UFPa, o antropólogo Alexandre Cunha, fundador e presidente do Comitê Paraense pela Anistia, no final da década de 70, que destacou a importância daquele jovem estudante nas lutas daquele tempo. Segundo o professor a militância de Batista rompeu todas as barreiras e paradigmas, conseguindo aglutinar lideranças e populares ao seu redor. Falas de vários jovens, filhos de companheiros do advogado, mostraram que a luta pela reforma agrária, contra o latifúndio, a impunidade e a violência permanece com a mesma força. Os jovens Josélio, Samir, Benildo e Marcos reafirmaram a disposição de continuar a luta e seguir o exemplo de Batista. Deixaram claro que não deixarão a memória desse mártir da luta pela reforma agrária se tornar instrumento a serviço da demagogia e ou ser colocada no ostracismo.

João Batista, mártir da luta pela reforma agrária. Violência e impunidade no Pará é uma biografia que cumpre importante papel na formação histórica e política do povo brasileiro na atualidade. Segundo João Pedro Stédile, prefaciador, “é o retrato da vida e dedicação de um dos melhores filhos da classe trabalhadora – que pagou com a própria vida por sua coerência”. E neste momento de crise ideológica para certos setores da esquerda, resgatar referenciais que apontem à importância da luta do povo é fundamental. O livro mostra as entranhas dos movimentos ocorridos no campo entre 1965 e 1988, possibilita a descoberta da importância da luta para alguns e aviva a memória daqueles que esqueceram o caminho percorrido para se chegar nos dias atuais.

João Batista, mártir da luta pela reforma agrária. Violência e impunidade no Pará
Expressão popular
280 páginas
R$ 30,00
Pedidos: pcbatis@gmail.com

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