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terça-feira, agosto 25, 2009

TeFé



Uma sereia

e um boto se encontraram

e nada falaram.

O rio se escondia,

entregando-se para a noite

que chegava.


Cada qual seguiu seu rumo.


O tempo,
quente e parado,
como uma noiva,
tudo observava.


Tanto sangue e dores
Lavados naquelas águas
Cheia de vida.


Um encontro do tempo e do vento,
Cantando o riso da floresta,
Ainda virgem,
Cheia de prazer,
Dado e vivido,
em gotas de suor encarnado.


Corpos,
Copos,
Fome,
Saciar.


Saciar um novo tempo,
Mirando o verde do olhar
Ainda procurando a sereia
Na beira d’água.


Buscando o encanto,
Buscando o vento,
Buscando o desconhecido,
Ainda ontem perdido,
Nas curvas do quadrado
Desencontrado.


O vento é folha seca,
Flutuando no espaço
olhando às águas
quentes dos sonhos.


Sereia quem és tu,
Que, como o boto,
Continua boiando ao entardecer
Como se a manhã
Fosse um feitiço
Descoberto em terras desconhecidas?

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