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segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Cinema Invictus, rumo à vida.






Ver os filmes de Clint Eastwood anima a alma. Consegue reproduzir personagens da vida real com a verdadeira magnitude humana. Em Invictus mostra a capacidade de Nelson Mandela mudar a realidade, mobilizando o esporte e deixando uma semente de nação. O filme não ecoa apenas os gritos dentro do campo de rugby, ilumina os gritos da história de resistência do povo sul-africano e o coração do primeiro presidente negro desse país.

Em Gran Torino, Eastwood transforma um veterano da guerra da Coréia, antipático e solitário, que não fala com os vizinhos migrantes do Laos, em amigo e defensor dos moradores da rua. Toda a rudez e agressividade podem virar ternura e fraternidade. Já em Menina de Ouro, assim como em Gran Torino, a morte aparece levando os protagonistas. Antes de atravessarem o rio da vida, a essência dos protagonista, seus sonhos, conquistas e dores brotam das telas.

Invictus é a história real, recente e viva de um povo que derrotou o apartheid. Mandela, depois de 27 anos preso em uma cela de 12 metros, tornou-se presidente da África do Sul. Transformou o tempo, as relações humanas, políticas e almas com a maestria dos deuses. “Sou capitão da minha alma”, escreveu no poema inspirador da conquista que o filme retrata.

Imobilizador, ainda posso dizer sobre os filmes de Eastwood. Não me lembro de alguma vez, após assistir uma de suas películas, tenha tido pressa para levantar da poltrona e sair da sala. Com muita simplicidade, em Invictus, Morgan Freeman faz o papel do presidente que acabou com o apartheid. Sabe-se que ali é uma representação, assim mesmo, viaja-se na alma da história desse homem único. O mesmo pode-se afirmar dos protagonistas de outros filmes. O diretor tem conseguido mostrar que ainda viveremos a humanidade, como dizia Milton Santos.

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