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terça-feira, outubro 19, 2010

Desbotado




Não sou amigo do rei,
Nem do sol,
Nem da lua.
O vento me provoca,
Canta a dor das gaivotas desgarradas,
Perdidas na floresta,
Entre almas e moedas.
Olhares assustam-se enquanto ouvidos cantam Janis,
Com medo da calmaria da morte
De desejos e sonhos ainda por descobrir.
O planalto é disputado entre gritos,
Sem descobertas nem encantos,
Nem encontros, somente poeira.
Não desejo ser amigo do rei nem da rainha,
Quero uma borboleta sobrevoando os campos de arroz.
Não fiquei no Guaíba,
Nem no Purus,
Nem no Guamá,
Pensei que o mar me chamava.
Foi ilusão do canto de sereias,
Que ousaram lavar a cor do tempo,
Deixando-o desbotado com a cor da morte.
A escuridão desabrocha em manhãs.
Onde anda o brilho das flores?

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