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sexta-feira, março 06, 2015

Porta

Nem canta mais a manhã,
O sol se apagou nas folhas levadas ao vento,
Que espalharam sem ilusão o fogo,
Apesar dos abraços dispersos.
Nem mais sabe a direção,
Se perdeu atrás da porta,
Deixando-se iludir pela escuridão,
Apenas com medo da velocidade.
Segue o curso as águas,
Nem se preocupam com represas,
Nem com bordas estreitas,
Apenas buscam nuvens.
Tenta apagar a marca no asfalto,
Crê em ressurreição do solo,
De sementes esmagadas,
Apesar do sangue seco brotando em bocas bíblicas.
Nem canta mais a noite,
As estrelas resolveram naufragar em vinho tinto,
Saboreando gelo seco empacotado em bisnagas.
 Nem sabe mais viver,
Apenas deseja trancar o tempo.

PCB

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