sou sem rosto
morador sem teto
colocado na
marginalidade
homossexual
discriminado
mulher violentada
criança faminta
sou sem cores
jovem desempregado
sou assassinado
pela polícia
covarde
sou da África,
fui sequestrado
fizeram-me escravo
sou operário
sou lavadeira da
beira do rio
sou boia fria
sou as mãos
sou os pés
sou o trabalho
sou do campo
sem-terra
planto comida
que falta em meu
prato
sou diarista
lavo banheiros
limpo chão
cozinho e sirvo
respiro fogo
minha pele não tem
cor
cheira mal
durmo sob marquise
sou discurso
sou promessa
sou número
sou sem rosto
sou condenado
sou descartável
sou sem cores
2 comentários:
texto bastante clichê, com visão maniqueísta rasteira.
triste.
Obrigado.
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