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segunda-feira, setembro 02, 2019

Universo de criança



Vivi em uma casa de taipa,
Onde o fogão sempre fumegava,
A noite estrelas dançavam no céu,
Com aves repousando sobre os cavacos.
Ao seu redor cajueiros de todos os tipos,
Alimentavam os passarinhos,
Encantavam o menino,
Que se divertia assando castanhas.
Curitiba sempre ao lado latindo,
Quando não caçava veados.
Sempre abatia um,
Alimentando a família,
Com suculentos bifes assados na lenha.
O rio, lá longe,
Servia para pegar água,
Lavar roupa,
Pescar e tomar banho.
Para o menino,
Junto com Curitiba,
Tudo era festa.
Pescar,
Subir em árvores,
Correr atrás de bezerros,
Cuidar do Tico,
Carneiro órfão.
A mãe tudo fazia,
Queijos e manteiga,
Coalhada e pacas,
Inteiras, assadas.
Doces de caju, goiaba e leite.
Uma infância inesquecível.
A casa de taipa,
Com duas portas,
Duas janelas,
Dois cômodos.
A cozinha e a sala.
O fogão sempre fumegava.
As redes de dia amarradas,
Pela noite, armadas.
Antes de dormir,
Contar estrelas,
Ouvir as estórias,
Contadas pela mãe.
O grapette com pão doce,
Trazidos pelo pai,
Quando chegava da cidade,
Era novidade e felicidade.
Tempo feliz,
Comida plantada,
Colhida e cozida,
No fogão,
Que Sempre fumegava.

Pedro César Batista

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