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quinta-feira, março 02, 2006

MAIS AINDA























Ainda hoje senti meu olhar se perder na distância do passado.
Buscava desesperadamente o amanhã onde novas sementes possam desabrochar.

Ainda olhava a imagem do tempo encantado,
onde o perfume da manhã confundia-se com o amor.

Ainda esperava ver o olhar brilhando mais que a lua
irradiando o brilho das flores da sacada.

Que tempo é esse onde as pessoas não perdoam?

Que tempo é esse onde o orgulho vale mais?

Ainda hoje senti o gosto do fel em minha garganta.
Pude ver meus olhos buscarem os teus que não mais me veêm.

Ainda sinto a presença do passado
deixando o amanhã mais distante.
Novo dia que mesmo germinando em meu sangue gelado,
no calor da madrugada enluarada,
como o entardecer preguiçoso,
está lento e cauteloso, saudoso.

A lua encanta e canta minha perda,
o louco e desenfreado ardor de tocar tuas mãos
que nem mais me conhecem nem me desejam.

Ainda hoje senti meus olhos perdidos no amanhã
como uma semente desabrochando em minh'alma.

Sem dúvida essa terra se fertilizará,
ainda com mais e belas sementes
regadas nas manhãs ensolaradas...

Ainda hoje meus olhos brilharão mais ainda....

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