Páginas

sexta-feira, agosto 08, 2008

Iluminação















Bsb, 8/8/8

Sons reais penetram minha alma,
Pedem calma - ela tem pressa,
Cansada está da solidão
Da falta de eco em meus ouvidos.

Partículas dançam buscando o alvo.
Querem se alinhar
E aninhar, semear encanto
Para o canto que ouço.

Brasília fica cada dia mais seca.
Minha garganta quer gritar,
Falar aos céus e a lua crescente
Que tudo vê sem se manifestar.
Miradas perdem-se no horizonte
Rumo às águas do Paranoá
Que brilham desejando
Ser mar aberto apaixonado.

Sigo caminhando,
Sei onde quero chegar.
Acredito na chegada,
A partida já foi dada.

Olhares buscam o alvo
Vêem apenas sombras
De um tempo que se foi,
Permite brotar sorrisos,
Movimentos circulares,
Dança de corpos e copos
Estalando no vento.

Vem canto do vento,
Vem fazer comigo
O que estás habituado:
Dá-me certezas.
As incertezas dominam.

As luzes continuam apagadas,
O sol aquece meu olhar
Que te busca na multidão desesperançada
E mesquinha cuidando do umbigo.
A música me embriaga,
Mais sementes são jogadas,
Mais flores desabrocham,
Minha alma tenta crer
Enquanto continua atravessando
O eixão para mais um dia.

O silêncio apavora.

Nenhum comentário: