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quinta-feira, abril 18, 2013

Escuridão



Cada olhar mira a alvorada,
Ambiciona arrebatar o vento ensolarado,
Difundir o canto dos pássaros apaixonados,
Sem temor se não deteriorar as palavras,
Nem assombrar o tempo.

Será que ainda saberemos aliciar o amor,
Ou semear girassóis?

Quem sabe nada aprenderemos,
Nem consideraremos as dores e martírios alheios.

Jamais dançaremos ao anoitecer.

O clamor será silencioso,
Nada refletirá,
Nem destroçará a solidão.

As palavras esmagadas,
Tentaram germinar e não crescerão,
As páginas permanecerão em branco,
Manchadas por café.

A opacidade do som ensurdecerá os semblantes,
Que contemplaram o lado
E tentarão dissimular abraçando o horizonte,
Com rochedos ecoando para o alto.

Não sabemos a direção,
Não importam os sulcos da história
Alagados em sangue e lágrimas,
Movidos pelo impulsos fluímos
Ladeados com a obscuridade.

Os motins dos sonhos se fecham,
Levantam fortalezas em cabos cibernéticos,
Reproduzidos em telas na palma da mão,
Que vibra buscando flores,
Sem saber cultivar o coração.

Uma vermelhidão apodera-se da íris,
Marcas cartelizadas ajuízam fantasias,
Cobiçadas por uma sede sem fim.

© Pedro César Batista – 2013

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