Por Pedro César Batista
A decisão da Comissão da Câmara dos Deputados, ao aprovar a redução
da maioridade penal, não é isolada. Faz parte de um conjunto de ações desenvolvidas
em todo o mundo para tornar as pessoas cada vez mais agressivas, desumanas, alheias
a solidariedade e incapazes de se indignar diante de injustiças e de
compreender as verdadeiras causas do crescimento da violência.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, cumpre
um papel determinado, como comprova sua trajetória, em manipular os fatos,
criando “cunhas” para confundir a realidade, passando a ideia de um justiceiro,
quando não passa de um serviçal dos responsáveis pela concentração de riquezas,
manipulação de informações e propagandistas da morte, medo e da violência.
A grande imprensa, propriedade dos mesmos que controlam a
maioria dos parlamentares, segue manipulando informações, mentindo,
tergiversando os fatos, criando culturas que propagam a agressividade, o egoísmo,
o consumo e o medo. Negam a importância da política na história da humanidade
com uma desfaçatez assustadora, formando massas que repetem sem pensar o que
escutam e veem em telas coloridas que ocupam salas, cozinhas, quartos e mentes em
todos os lugares.
No passado a igreja propagava a caridade, oriunda da prática
da nobreza em dar esmolas aos mais necessitados, contrapondo-se aos revolucionários
que secularmente praticam a solidariedade de classe, para poder enfrentar o poder,
os exércitos, policiais, pistoleiros e a violência dos poderosos. Surgiram até
cultos da prosperidade, incentivando o consumo e a prática desesperada para ter
bens e usar todos os meios para ser melhores e mais ricos que os outros,
enquanto os pastores mais e mais enriquecem sustentados por seus rebanhos –
verdadeiros rebanhos.
Nesse contexto, a posição predominante de parlamentares que
respondem por assassinatos, é sintomática já que são ligados a setores que
acumularam enormes riquezas graças a prática da violência e da mentira. Isso
simboliza que há uma sintonia entre os parlamentares e os donos do poder com o
que tem sido imposto a população no mundo, criando verdadeiras massas
embrutecidas, que não são capazes de respeitar os mais idosos, as grávidas, nem
crianças, aplaudindo quando ocorre um linchamento e quando se leva mais um ao
cadafalso. Os controladores do mundo formam estúpidos e idiotas em larga
escala.
Se a estupidização tem sido massiva, por outro lado, falta a
retomada das ações, como escrito por Clodomir Santos de Morais, em larga escala
para a formação e organização política revolucionária, indicando às condições objetivas
para enfrentar o poder criminoso da burguesia que controla o mundo.
Não quero, nunca, mesmo depois de morto, ser acusado de ter
sido um estupidizado, seja alienado pelo capital, ou um sectário, com discurso
de esquerda, distante das ações que poderão levar a retomada de utopias e a
formação de pessoas mais justas e verdadeiramente humanas. Em cada ato, palavra
e sonho importa seguir caminhando para enfrentar essa onda de estupidez que se
propaga.
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