Páginas

terça-feira, novembro 27, 2012

Opúsculo da noite



Vem beijar-me, inventar cafuné
Sem alarme nem assombro.
Asseguro apanhar tuas vestes
Lançadas na frente do espelho.
Cantarei para te despertar,
Escutarei teus preceitos,
Brincarei em tuas aduncas,
Matarei minha sede em teu néctar.
Venha perpetrar a alvorada em sensualismo,
Acender o sol com teu calor,
Oferecer aos pássaros reflexão para repousar,
Acariciar as flores com seu odor de suor.
Nada garanto,
Somente cantarei para adormeceres,
Espantar a assombração que arrisca acordar o dia,
Provocar assustar a vida.
Arrumarei os lençóis,
Nem que permaneçam secos,
Somente amarrotados com teus suspiros,
Imitando uma cigarra que adota o crepúsculo.
Vem, venha fazer o avesso se desencontrar,
Cobiçar o laço sem nó,
Com o cetim trançado sobre a lua cheia.

(foto e poema pcb)

Nenhum comentário: